Dólar Hoje Euro Hoje
sexta-feira, 28 novembro, 2025
Início » Crédito extra não deve financiar despesa corrente, diz especialista

Crédito extra não deve financiar despesa corrente, diz especialista

Por Alexandre Gomes

Em entrevista ao CNN Prime Time, Murilo Viana explica que uso de crédito suplementar de R$ 42 bilhões para pagamento de despesas correntes indica esgarçamento da condição fiscal do Brasil

O uso de crédito suplementar de R$ 42,2 bilhões para pagamento de despesas correntes pelo governo federal, como o Bolsa Família e a Previdência, representa uma anomalia fiscal, segundo o especialista em contas públicas Murilo Viana. Em entrevista ao CNN Prime Time, o especialista ressaltou que a medida, que necessitou de autorização do Congresso Nacional, indica um cenário preocupante para as finanças públicas do país.

“É uma sinalização do esgarçamento da condição fiscal do Brasil, de que o governo está tendo que buscar uma autorização do Congresso para poder fazer frente ao endividamento e às despesas correntes. Não se deve utilizar o endividamento público para pagar despesas correntes”, disse Viana.

De acordo com Viana, a boa gestão fiscal determina que não se deve utilizar endividamento para pagar despesas correntes. O especialista explica que, diferentemente das despesas de capital – como construção de pontes e rodovias – onde faz sentido a emissão de títulos públicos, o atual cenário demonstra uma situação atípica na gestão das contas públicas.

Restrições orçamentárias

O especialista destaca que o espaço fiscal do governo é extremamente limitado, com crescimento acelerado das despesas obrigatórias e compressão das despesas discricionárias. Esta situação resulta em baixa taxa de investimento governamental e dificuldades para implementação de novas políticas públicas. “Inclusive dificulta o governo de repor a correção monetária do Bolsa Família”, afirmou Viana.

Embora a liberação do crédito suplementar já estivesse prevista no orçamento de 2025, Viana ressalta que a necessidade de autorização do Congresso Nacional para endividamento voltado a despesas correntes sinaliza um esgarçamento da condição fiscal do Brasil.

Perspectivas para 2026

Para o próximo ano, o cenário apresenta desafios significativos. O governo ainda precisa aprovar o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e a lei orçamentária de 2026, além de projetos para aumentar a arrecadação em pelo menos R$ 30 bilhões, incluindo medidas como tributação de apostas e redução de incentivos fiscais.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.