A Petrobras está diante de uma corrida contra o tempo. Recentemente, revisou suas projeções e fez um alerta ao governo: se novas descobertas de petróleo não forem feitas em breve, o Brasil poderá voltar a ser importador de petróleo já em 2034, revertendo sua posição de exportador.
O motivo desse alerta é o esgotamento previsto das reservas de petróleo na camada do pré-sal em cerca de uma década. Esse declínio, que já começou, é considerado inevitável, o que significa que por volta de 2050, os poços existentes e os ainda em desenvolvimento não deverão mais produzir.
Diante desse cenário, a Petrobras está mobilizando seus esforços de lobby no governo, no Congresso, no PT, nos sindicatos e nos governos de estados da Amazônia. Para a empresa, a situação justifica a pressão e o risco de exploração na Amazônia.
Ela está pressionando especialmente o Ministério do Meio Ambiente, incluindo o Ibama, para que libere rapidamente licenças de pesquisa e exploração na faixa litorânea entre o Rio Grande do Norte e o Amapá, conhecida como Margem Equatorial.
Apesar de ter perfurado alguns poços na área, até agora só há possibilidades de descobertas na área do Rio Grande do Norte. No entanto, a aposta na região do Amapá ainda se mantém, impulsionada pelo sucesso da Guiana, onde a produção de petróleo cresceu significativamente após anos de pesquisa.
A Petrobras acredita que algo semelhante possa acontecer na Margem Equatorial brasileira e planeja investir bilhões de dólares na abertura de novos poços. Por enquanto, apenas dois foram feitos.
Enquanto isso, a empresa também está explorando alternativas de transição energética, como a produção de energia eólica em “fazendas” marítimas. Ela solicitou licenciamento para quase uma centena desses projetos ao Ibama, mostrando que está buscando diversificar suas fontes de energia diante dos desafios futuros.