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domingo, 22 setembro, 2024
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CPI da Alerj expõe escândalo no estacionamento da Uerj: Servidores atuam como flanelinhas e falta de transparência

Por Marina B.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de Transparência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) ouviu nesta terça-feira (13/08) a reitora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Gulnar Azevedo, e outros representantes para esclarecer denúncias sobre irregularidades no uso do estacionamento do Campus em dias de jogos no Estádio do Maracanã. Devido às respostas insatisfatórias, a CPI determinou que a Uerj forneça extratos bancários da arrecadação do estacionamento, detalhes sobre a destinação dos recursos e imagens das câmeras de segurança nos dias de jogos.

A CPI também decidiu solicitar à Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DCC-LD) uma investigação criminal e convocar o prefeito da unidade, Geraldo Cerqueira, para depor.

Durante a inspeção parlamentar e com base em denúncias, foi revelado que servidores da universidade estão atuando como “flanelinhas” nos dias de jogos, cobrando R$ 50 por vaga.

Falta de Transparência

O presidente da CPI, deputado Alan Lopes (PL), criticou a falta de transparência na arrecadação. “Não há registros no Portal da Transparência sobre esses recursos. Precisamos verificar, através das câmeras, se a entrada de veículos e o pagamento correspondem ao valor depositado em conta e entender para onde vai esse dinheiro. A Uerj afirma que os recursos são usados para melhorias não cobertas pelos fundos estaduais, mas precisamos de mais clareza sobre essas melhorias. A reitora informou que foram arrecadados mais de um milhão de reais em oito meses”, disse Lopes.

Diego Ramos, auditor do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE), explicou que a Uerj está passando por uma auditoria fiscal devido a irregularidades detectadas. “A prestação de contas de 2022 está em fase de saneamento. A análise focou nas contas bancárias e no controle financeiro da universidade, identificando riscos significativos que serão considerados na análise final das contas de gestão. A situação também é acompanhada pelo Ministério Público e outras entidades para garantir a conformidade e corrigir distorções”, afirmou Ramos.

A promotora Débora Vicente do Ministério Público destacou a importância da investigação da CPI para entender as consequências das falhas de gestão na universidade. “As inconsistências apontadas são essenciais para o desdobramento do caso”, afirmou.

Posição da Uerj

Além da reitora, compareceram à oitiva a chefe de segurança do Campus Maracanã, Andrea Travassos Rocha, e o coordenador do setor, Antônio Carlos Gomes Marinho. Ambos obtiveram uma liminar para permanecer em silêncio, mas Antônio revelou que recebe R$ 400 adicionais por dia de jogo trabalhado.

A reitora Gulnar Azevedo, que assumiu o cargo em janeiro, garantiu que está trabalhando para melhorar a transparência. “Estamos empenhados em regularizar o processo e uma análise completa das contas e da situação do estacionamento está em andamento. Buscamos entender detalhadamente todo o fluxo”, declarou.

Também participaram da CPI os deputados Val Ceasa (Patriota), Marcelo Dino (União), Rodrigo Amorim (União), Filippe Poubel (PL), Thiago Rangel (Podemos) e Giovani Ratinho (SDD).

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