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sábado, 12 outubro, 2024
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Como a corrupção se tornou um negócio mais lucrativo que nunca na América Latina

Por Marina B.

A revista The Economist recentemente lançou um olhar incisivo sobre o aumento da corrupção na América Latina, em sua edição mais recente. Destacando a reação do “antigo regime” político à Operação Lava Jato no Brasil, a revista aponta para um cenário onde os pagamentos de acordos firmados por empresas como Novonor (antiga Odebrecht) e J&F, foram suspensos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Antonio Dias Toffoli.

A queda da Lava Jato, mencionada como parte dos problemas enfrentados em países como Peru, Haiti, México e Guatemala, é ressaltada pela The Economist, que também traz à tona um dado intrigante: as multas impostas à Odebrecht, mesmo após a mudança de nome na tentativa de reverter seu histórico, foram inferiores aos lucros provenientes das propinas pagas.

De acordo com dados expostos pela revista, as multas totalizaram 2,6 bilhões de dólares em países como Brasil, Estados Unidos e Suíça, enquanto os lucros decorrentes das propinas desembolsadas pela Odebrecht de 2001 a 2016 alcançaram a marca de 3,33 bilhões de dólares em países como Colômbia, Peru, República Dominicana e Moçambique, além do Brasil, entre outros, totalizando 788 milhões de dólares.

A revista compara esses números com casos similares envolvendo empresas como Siemens e Société Générale and Legg Mason, o que só intensifica a indignação. Enquanto a Siemens pagou 1,4 bilhão de dólares em propinas de 1996 a 2007, lucrando 1,1 bilhão de dólares no mesmo período e sendo multada em 1,6 bilhão de dólares na Alemanha e nos EUA, a Société Générale and Legg Mason desembolsou 91 milhões de dólares em propinas na Líbia de 2004 a 2011, lucrando 523 milhões de dólares e arcando com multas de 860 milhões de dólares na França e nos EUA.

A disparidade entre os valores das multas e os lucros obtidos, levanta questões sérias sobre o combate à corrupção. Além disso, parte dos pagamentos devidos pela Odebrecht no Brasil foi suspensa sob alegações de coação não comprovada, enquanto a empresa tem a oportunidade de renegociar o pagamento. Diante desses fatos, fica a pergunta: onde a corrupção parece ser um negócio mais lucrativo?

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