Em 8 de fevereiro, durante uma entrevista transmitida, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a Rússia defenderá seus interesses até o fim, mas não tem intenção de estender seu conflito na Ucrânia para outros países, como Polônia e Letônia.
Em sua primeira entrevista com um jornalista americano desde o início da invasão russa na Ucrânia, Putin afirmou que os líderes ocidentais perceberam a impossibilidade de impor uma derrota estratégica à Rússia e estavam ponderando sobre os próximos passos. Ele expressou disposição para o diálogo e mencionou a possibilidade de um acordo para libertar o jornalista americano Evan Gershkovich, do Wall Street Journal, detido na Rússia por quase um ano sob acusações de espionagem.
Durante a entrevista, Putin foi questionado sobre a possibilidade de enviar tropas russas para a Polônia, membro da OTAN, ao que ele respondeu que apenas consideraria essa medida se a Polônia atacasse a Rússia e deixou claro, que não tem nenhum interesse em invadir a Polônia, destacando que a Rússia não tem interesse em expandir conflitos para outros países, enfatizando que tal ação não teria justificativa.
Putin dedicou parte significativa da entrevista, a criticar a postura da Ucrânia nas negociações em Istambul, afirmando que o país recuou assim que as tropas russas se retiraram de perto de Kiev. Ele expressou acreditar que a situação na Ucrânia eventualmente resultará em um acordo.
O presidente russo também abordou as relações com os Estados Unidos, sugerindo que seria mais benéfico para ambos os países negociarem um acordo, considerando as questões internas urgentes enfrentadas pelos EUA. No entanto, Washington, que enviou considerável ajuda financeira à Ucrânia desde a invasão russa, indicou que não está disposto a negociar nos termos propostos por Putin.
Quanto ao caso do jornalista Evan Gershkovich, Putin mencionou que as agências de inteligência russas e americanas estão discutindo o assunto e que houve progressos. Ele sugeriu que, em troca, a Rússia gostaria que a Alemanha libertasse Vadim Krasikov, condenado pelo assassinato de um dissidente checheno em Berlim em 2019.
A entrevista de Putin foi conduzida por Tucker Carlson, um apresentador conservador de talk show, e transmitida no Tucker Carlson Network. Putin concordou com a entrevista devido à abordagem diferenciada de Carlson em relação à cobertura do conflito na Ucrânia, que muitas vezes é considerada tendenciosa pela mídia ocidental.
