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terça-feira, 15 outubro, 2024
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Tempestade nos mercados: Crise nas conversas UE-Mercosul desencadeia caos econômico no Brasil

Por Alexandre G.

As negociações para o acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, que se iniciaram em 1999 com a previsão de isenção ou redução de impostos na importação entre os blocos, enfrentam uma encruzilhada que pode impactar significativamente o Brasil.

Na quarta-feira (07), Maros Sefcovic, vice-presidente executivo da União Europeia, declarou que as “condições necessárias para a conclusão do tratado com o Mercosul não foram atendidas”. Esta afirmação segue a observação anterior de Emmanuel Macron, presidente da França, em dezembro, quando apontou a inclusão de frases ao acordo para agradar a seu país, mas expressou descontentamento geral com o tratado.

A complexidade do bloco europeu, composto por 27 países, e a ausência de um cronograma definido para a implementação das medidas explicam a demora no processo, segundo Carolina Pavese, professora de Relações Internacionais da ESPM e especialista em União Europeia.

A falta de concretização seria prejudicial, refletindo a incapacidade dos blocos em chegar a um acordo e, ao mesmo tempo, evidenciando falhas na política externa brasileira.

O cenário na França é marcado por protestos de agricultores, que acreditam que o acordo prejudicará o setor devido à competição com importações mais baratas do Mercosul, que não estão sujeitas aos padrões ambientais europeus. Esse sentimento se estende a outros países europeus, como Itália, Grécia e Bélgica, onde agricultores buscam evitar que o acordo entre os blocos seja efetivado, preservando a preferência por produtos europeus.

Ao contrário da França, a Alemanha, um dos países participantes do bloco europeu, apoia a união, vendo vantagens no acesso expandido ao mercado do Mercosul, especialmente na esfera industrial. Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, também expressa interesse na concretização do acordo.

Para Demétrius Pereira, especialista em temas da União Europeia, o apoio de Von der Leyen reflete a importância simbólica da assinatura durante sua gestão, elevando o status internacional do bloco europeu.

Os benefícios para o Brasil incluem um potencial aumento de até US$ 3 bilhões nas exportações de produtos industrializados nos primeiros quatro anos, segundo a ApexBrasil. No entanto, a falta de cláusulas ambientais que abordem os impactos do avanço do agronegócio brasileiro preocupa.

Enquanto grandes produtores se beneficiariam, sindicatos nacionais, incluindo a CUT, rejeitam o acordo, temendo riscos para empregos industriais e a competitividade frente às empresas europeias. Pavese destaca que essa dinâmica pode resultar em uma espécie de “novo colonialismo”, com a América Latina mantendo sua posição de grande exportadora de commodities enquanto a Europa fortalece suas indústrias.

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