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segunda-feira, 30 setembro, 2024
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Manifestação de agricultores na Europa desestabilizam metas da ‘Agenda 2030’

Por Alexandre G.

A revolta dos agricultores em diversos países europeus, aliada a um contexto político menos propício ao avanço das políticas ambientais, pode ter impacto significativo nas decisões cruciais que a União Europeia (UE) está prestes a tomar: a revisão dos compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa até 2040.

As metas ambiciosas da UE para 2030, estabelecidas pela Lei do Clima e pelo Pacto Verde Europeu desde 2021, visam uma redução de pelo menos 55% das emissões em relação aos níveis de 1990. A Agência Europeia de Meio Ambiente prevê que, mantido o ritmo atual, o bloco alcançará esse objetivo de maneira desigual, com as emissões da agricultura permanecendo estáveis, ao contrário da indústria, por exemplo.

Diante desse cenário, a Comissão Europeia lidera discussões para estabelecer metas para a próxima década, visando a neutralidade de carbono até 2050. A presidente da comissão, Ursula von der Leyen, defende uma redução de 90% das emissões até 2040, conforme recomendado pelo Conselho Científico do Clima.

Se aprovada pelos 27 países da UE, essa meta se tornará lei, demandando esforços ainda maiores para implementação futura, a serem decididos para o período 2031-2040. No entanto, em meio ao atual contexto delicado, a aprovação está longe de ser garantida.

A diretora de pesquisas no Instituto de Pesquisas pelo Desenvolvimento, Catherine Aubertin, destaca que, apesar das normas estabelecidas para cumprir os objetivos, muitas são vistas como um fardo pelos setores produtivos, especialmente agricultores. Eles percebem medidas como limitação do uso de combustíveis poluentes e restrições ao uso de agrotóxicos como imposições prejudiciais à competitividade nos mercados internacionais.

O pesquisador Nicolas Berghmans alerta para o impacto desse movimento de agricultores nas próximas eleições parlamentares europeias, podendo influenciar o curso da próxima legislatura em questões ambientais. Há uma crescente oposição, especialmente da direita, à agenda do Pacto Verde, refletindo em um possível abrandamento da transição ambiental.

O futuro do Pacto Verde Europeu torna-se um dos principais desafios políticos, com o presidente da Comissão de Meio Ambiente do Parlamento Europeu, Pascal Canfin, destacando que, sem apoio político, o pacto pode estagnar. Apesar das pressões, especialistas reforçam a urgência da ação diante das emissões de gases de efeito estufa, particularmente provenientes da agricultura convencional na Europa.

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