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Ministro do Lula: Descubra os detalhes do suposto esquema corrupto que envolve a família petista de Wellington Dias no Piauí

Por Alexandre G.

No final do ano passado, uma matéria da revista VEJA expôs que Rejane Dias, conselheira do Tribunal de Contas do Piauí e esposa do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, do Partido dos Trabalhadores (PT), estava sendo acusada de corrupção passiva em um processo sigiloso no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A denúncia envolvia irregularidades em contratos de locação de carros e o pagamento de propinas. Segundo o Ministério Público, durante o período de 2015 a 2018, Rejane ocupava o cargo de secretária de Educação no Piauí, enquanto seu marido era o governador do estado. Nesse período, ela teria recebido benefícios financeiros de uma empresa que fornecia serviços de transporte para estudantes carentes.

A VEJA teve acesso à totalidade do processo, que se desdobrou em 979 páginas, revelando uma suposta parceria criminosa entre o governo do Piauí e empresas prestadoras de serviços. A trama seguia o padrão comum de favorecimento a aliados políticos, correligionários e apoiadores de campanha por meio de contratos públicos, seguido da distribuição dos lucros, muitas vezes disfarçados como propinas ou contribuições ilegais para campanhas. O relatório da Polícia Federal e do Ministério Público detalha a montagem desse esquema a partir de 2008, quando o governador nomeou Luiz Carlos Magno para a superintendência institucional da Secretaria de Educação.

Com expertise adquirida no governo, Luiz Carlos deixou o cargo em 2009, tornou-se sócio em várias locadoras de veículos e, segundo a investigação, usou “laranjas” para ocultar sua participação nos negócios. Em 2014, Wellington Dias e Rejane Dias obtiveram sucesso em suas candidaturas e, coincidentemente, utilizaram os serviços de uma das empresas de Luiz Carlos em suas campanhas. A investigação revelou que ambos declararam gastos com aluguel de veículos em suas prestações de contas eleitorais, porém, posteriormente descobriu-se que os valores eram superfaturados.

Ao reassumir o governo em 2015, Wellington Dias e sua esposa deram continuidade ao esquema, manipulando concorrências na Secretaria de Educação para beneficiar as empresas ligadas a Luiz Carlos. A fiscalização da Controladoria-Geral da União identificou indícios de superfaturamento, levando à intervenção da Polícia Federal. A investigação resultou na denúncia de mais de 40 pessoas por organização criminosa, corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro, totalizando desvios de aproximadamente 120 milhões de reais.

A parte mais desconcertante da trama foi revelada nas buscas realizadas nos endereços dos envolvidos, onde documentos e dispositivos eletrônicos foram apreendidos. Descobriu-se que a família do governador recebia benefícios disfarçados como “cortesias” da empresa de locação de veículos. As investigações apontam que o dinheiro destinado ao suposto pagamento dos aluguéis servia, na verdade, para desviar recursos públicos em favor das empresas envolvidas. A esposa do ministro foi denunciada por organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Os detalhes da investigação que ainda são mantidos em segredo, se mostram constrangedores. Além da esposa, a Polícia Federal colheu evidências de que a filha do ministro, o cunhado do ministro e o próprio ministro estão envolvidos na trama.

O ministro Wellington Dias, embora citado várias vezes no relatório da Polícia Federal, não está entre os investigados. O Brasil, segundo a Transparência Internacional, ocupa a posição 104 em 180 países no ranking de percepção de corrupção divulgado recentemente.

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