Dez dos principais países que costumam financiar a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para Refugiados da Palestina (UNRWA), temporariamente suspenderam suas doações à entidade. Entre esses países estão Alemanha, EUA, Austrália, Japão, Itália, Holanda, Canadá, Finlândia, Suíça e Reino Unido.
A suspensão ocorreu devido a acusações de suposto envolvimento de 190 funcionários da UNRWA nos ataques terroristas do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023. A UNRWA iniciou uma investigação sobre essas acusações. O Hamas é classificado como uma organização terrorista por União Europeia (UE), Alemanha, Estados Unidos e outros países.
O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, fez um apelo aos doadores para reconsiderarem sua decisão, destacando a importância da UNRWA na prestação de ajuda humanitária em Gaza. Mais de dois milhões de pessoas na Faixa de Gaza dependem dessa assistência, que inclui abrigos, alimentos e cuidados médicos essenciais, gerenciados pela agência.
A UNRWA foi estabelecida pela Assembleia Geral da ONU em 1949, para fornecer assistência aos palestinos expulsos de suas casas durante o conflito com Israel. Seu mandato inclui educação, assistência médica, serviços sociais, infraestrutura em campos de refugiados, microcrédito e ajuda emergencial.
A agência enfrenta subfinanciamento há uma década, com dívidas acumuladas e uma parcela significativa de seu orçamento proveniente de doações voluntárias dos países membros da ONU, sendo os EUA os maiores doadores.
Os críticos da UNRWA, incluindo políticos de Israel, questionam principalmente a definição de refugiados palestinos, acusam a agência de disseminar ódio e violência por meio de livros didáticos e alegam que alguns de seus funcionários teriam apoiado e participado com o Hamas nos ataques recentes a Israel. Essas acusações impactaram na decisão de suspensão das doações por parte de alguns países.