A polícia italiana anunciou na quinta-feira (25), a descoberta de uma fraude fiscal envolvendo 85 suspeitos e 1,7 bilhão de euros (1,9 bilhão de dólares) em faturas falsas. O dinheiro foi lavado por meio de um sistema vinculado aos chamados “bancos paralelos chineses”. A operação, conduzida pela Guardia di Finanza (GdF) em Ancona, resultou na apreensão de bens no valor de 350 milhões de euros, incluindo dinheiro, carros de luxo e propriedades.
A polícia bloqueou 1.569 contas bancárias, ordenou o sequestro de 140 empresas suspeitas de emitir faturas falsas e realizou buscas em propriedades em várias regiões, como Lombardia, Florença, Pádua, Sicília, e Milão. Dos 85 suspeitos, 64 são cidadãos chineses, de acordo com a ordem de apreensão.
A investigação está em andamento para identificar clientes italianos que usavam o serviço para lavagem de dinheiro. A descoberta destaca a existência de um sistema bancário paralelo gerenciado por corretores de dinheiro chineses não licenciados na Itália, o que tem sido objeto de várias investigações nos últimos anos. Essas operações ilegais abrangem desde a lavagem de dinheiro até a facilitação da evasão fiscal e a ocultação de pagamentos transfronteiriços para cartéis de drogas.
Segundo a polícia, empresas fictícias emitiam faturas falsas, indicando aos clientes em qual conta bancária italiana deveriam efetuar os pagamentos. Após receber o dinheiro, a empresa fictícia transferia a mesma quantia para uma conta em um banco chinês, alegando ser o pagamento por importações fictícias. O montante original, menos a comissão, era devolvido em dinheiro ao cliente que realizou o primeiro pagamento, concluindo o esquema de lavagem de dinheiro. O uso de uma rede de “bancos clandestinos” facilitou o branqueamento de bilhões de euros.