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quarta-feira, 2 outubro, 2024
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Yanomamis enfrentam malária e desnutrição em meio ao retorno voraz dos garimpeiros

Por Alexandre G.

Na aldeia Surucucu, a mais populosa da Terra Indígena Yanomami, pacientes chegam continuamente, provenientes de outras comunidades distribuídas por um vasto território que abrange parte dos estados do Amazonas e Roraima. Há anos, enfrentam uma grave crise humanitária decorrente do garimpo ilegal.

O presidente da Urihi Associação Yanomami e membro do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), DW Junior Hekurari Yanomami, relata: “Muitos pacientes estão sendo resgatados, e 99% dos casos são de malária. Também há muita desnutrição.” Após a retirada parcial das forças de segurança em outubro de 2023, os invasores retornaram, em menor número, mas com potencial de destruição.

Junior destaca que, apesar de o novo governo ter trazido equipes de saúde e voluntários, salvando muitos yanomami, os garimpeiros estão novamente retornando. Em janeiro, ele testemunhou a passagem a pé de garimpeiros pela mata perto de Surucucu, uma presença incomum na região que abriga aproximadamente 5 mil yanomami.

Até meados de janeiro, 150 indígenas estavam internados em Surucucu, sendo os casos mais urgentes encaminhados para Boa Vista, capital de Roraima. Sete postos de saúde na Terra Indígena Yanomami foram reativados nos últimos 12 meses, totalizando 36 em atividade, exceto o de Kayanaú, fechado devido à ameaça do garimpo nas proximidades.

A ONG Expedicionários da Saúde (EDS) atuou na região, estabelecendo um centro cirúrgico móvel e reformando o polo base em Surucucu. No entanto, devido à preferência do governo por suas equipes, a EDS teve que se retirar do território antes do planejado.

Marcelo Moraes, coordenador de comunicação da EDS, destaca que muitos médicos enviados não tinham experiência em saúde indígena, apesar da situação exigir especialistas. A falta de adequação à lógica comum dos hospitais urbanos pode ter contribuído para a persistência da crise sanitária.

Em meio à paralisação dos servidores do Ibama e à insatisfação com o governo, a retirada permanente dos garimpeiros tornou-se mais complexa. Jair Schmitt, chefe de fiscalização do Ibama, destaca a delicadeza do momento e a estratégia de cortar linhas de abastecimento e destruir equipamentos. Lideranças indígenas contam aproximadamente 8 mil invasores no território.

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