A solidariedade transformou a vida de 486 pessoas que passaram por transplantes no Estado do Rio de Janeiro, durante o primeiro semestre deste ano. Esse número representa um aumento de 25% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando o RJ Transplantes, programa da Secretaria de Estado de Saúde, realizou 390 procedimentos. Entre os casos mais emocionantes está o da pequena Calíope Silva, que, aos dez meses de idade, recebeu um novo coração. Ela é uma das 19 pessoas que tiveram suas vidas salvas pela doação deste órgão.
— Histórias como a de Calíope nos emocionam e nos enchem de orgulho. Esse aumento no número de transplantes mostra o excelente trabalho dos profissionais da nossa rede estadual de saúde. Estamos investindo para garantir que eles tenham todas as condições necessárias para atuar, e esses resultados são a prova do sucesso dos nossos esforços. O RJ Transplantes é um programa de referência — declarou o governador Cláudio Castro.
Calíope enfrentou uma batalha pela vida desde os três meses de idade, quando foi internada e diagnosticada com uma má-formação genética que causava uma dilatação irreversível em seu coração. Em janeiro deste ano, os pais da menina receberam a notícia que mudaria suas vidas: um coração compatível estava disponível. O transplante foi realizado com sucesso há seis meses, e hoje, Calíope está cheia de energia.
— É indescritível ver nossa filha cheia de vida depois de um período tão difícil. O transplante trouxe a oportunidade da nossa filha viver novamente. Calíope é o amor da nossa vida — relatou emocionado o pai da menina, Eric dos Santos.
De acordo com Alexandre Cauduro, coordenador do RJ Transplantes, o aumento nos procedimentos é reflexo de uma maior conscientização sobre a importância da doação de órgãos e do trabalho incansável das Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, presentes nos hospitais da rede estadual. Essas equipes atuam na captação de órgãos, realizando uma busca ativa e sensível.
— A doação de órgãos é um ato de solidariedade e informação. Estamos sempre capacitando nossos profissionais para que eles possam atuar de maneira técnica e humanizada, abordando as famílias com sensibilidade e respeito. Doar um órgão em meio à perda de um ente querido é um gesto que salva vidas — explicou Cauduro.
No primeiro semestre deste ano, o estado também registrou um aumento significativo no número de doadores. Foram 217 doações de órgãos, um crescimento de 15% em relação a 2023, quando ocorreram 188 doações. Os órgãos mais doados foram rim (266), fígado (151), pâncreas (27) e coração (19).
Atualmente, a rede estadual conta com 106 Comissões de Doação distribuídas em seus principais hospitais, como o Alberto Torres, em São Gonçalo; Getúlio Vargas, na Penha; Melchiades Calazans, na Baixada Fluminense; e Roberto Chabo, em Araruama.