A reunião realizada nesta terça-feira no campus do Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) entre a reitoria e representantes dos alunos que ocupam o local terminou sem consenso. Os estudantes iniciaram a ocupação na última sexta-feira em protesto contra um ato administrativo que resultou no corte de 1.400 bolsas assistenciais e na eliminação de outros auxílios para os alunos.
Anteriormente, os alunos recebiam um auxílio-material de R$ 600 por semestre para despesas com livros e renda, que foi reduzido à metade com as novas regras em vigor desde agosto. O auxílio-alimentação de R$ 300 foi totalmente extinto, e a bolsa de permanência, que antes era de até R$ 706 mensais por dois anos, será concedida apenas a estudantes com renda familiar de até meio salário mínimo por pessoa. Anteriormente, o valor era concedido a quem ganhava até um salário mínimo e meio.
Em resposta, a Uerj divulgou uma nota afirmando que “o novo regramento não afeta os alunos mais vulneráveis — cotistas e estudantes de ampla concorrência que são elegíveis aos programas sociais pelo Cadastro Único”. A universidade explicou que, devido à crise na Caixa do Governo do Estado e ao Regime de Recuperação Fiscal, enfrentou dificuldades para garantir os recursos necessários para seu funcionamento. A Uerj também destacou que as bolsas de apoio a alunos vulneráveis foram instituídas de forma emergencial durante a pandemia, porém não citou os ‘problemas’ encontrados pelo deputado Alan Lopes (PL-RJ) durante as investigações feitas por ele e sua equipe.
Durante a reunião, a gestão da universidade tentou negociar a desocupação e solicitou uma “apuração cuidadosa” sobre possíveis danos ao patrimônio da instituição.
Os organizadores da ocupação convocaram uma nova assembleia estudantil para amanhã às 17h, embora o local do encontro ainda não tenha sido divulgado, para discutir os próximos passos do movimento.