Durante uma coletiva de imprensa após a cerimônia de posse na Câmara dos Vereadores, na tarde de quarta-feira, o prefeito Eduardo Paes fez elogios à festa de Réveillon, mas também expressou desconforto com a quantidade de fumaça gerada pela queima de fogos em Copacabana, na Zona Sul, o que acabou comprometendo parte da celebração. Ele afirmou: “Também não gostei da fumaça.”
— Não gostei da fumaça. Vou me especializar em fogos de artifício para evitar problemas como esse no futuro. Mas, fora esse detalhe, a festa foi linda — comentou o prefeito.
A organização do evento explicou que a alta umidade do ar contribuiu para a quantidade de fumaça. A umidade foi de 70% entre 13h e 18h do dia 31 de dezembro, alcançando 89% no momento da virada para 1º de janeiro, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
— Como sabemos, quando a umidade do ar está elevada, a fumaça se intensifica — comentou Marcelo Kokote, diretor da Vision Show Group, empresa responsável pelo show pirotécnico em Copacabana desde 2017.
A fumaça se espalhou até a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, criando um nevoeiro que cobriu a área. Na orla, além dos fogos mais baixos, a fumaça também decepcionou aqueles que assistiam ao espetáculo.
— Os fogos não subiram como de costume — lamentou uma pessoa presente na praia. — Parecia que estouraram logo embaixo.
A cortina de fumaça, o barulho e o brilho reduzido no céu não agradaram tanto aos turistas, muitos dos quais estavam vendo a queima de fogos pela primeira vez, quanto aos que já tinham participado anteriormente.
— Eu realmente não acreditei no que vi. Na verdade, não vi nada. Tinha fumaça, e os fogos ficaram muito abaixo do que estamos acostumados — comentou a psicóloga Margarida Mesquita.
Uma moradora de Copacabana, que acompanha o evento desde a infância, comparou o espetáculo com edições anteriores:
— Tenho 61 anos e participo do Réveillon de Copacabana desde que nasci. Com o tempo, esperamos que melhore a cada ano, mas, para minha surpresa, foi terrível. Os fogos estavam mais baixos que o normal, havia muita fumaça, e não vi nada de espetacular. Eu poderia ter ficado em casa e assistido pela TV — opinou a professora Adriana Goulart.
— Os fogos decepcionaram bastante. Tentei tirar várias fotos, mas a fumaça impediu. O brilho também foi fraco. Minha primeira vez e não consegui tirar aquela foto incrível para o meu feed — brincou a carioca Heloisa Santos.
Na internet, algumas pessoas afirmaram que, quem estava mais perto do mar, conseguiu apreciar melhor o espetáculo. Mas da areia, a fumaça foi uma das críticas mais recorrentes sobre o Réveillon carioca de 2025.
— Moro aqui desde que nasci e sempre passo a virada de ano com a família. Sabemos que fatores como o clima influenciam, mas não acreditei quando vi tanta fumaça. Não parecia o espetáculo de Copacabana que conheço — disse a advogada carioca Melissa Braga.
Quem visitou o Rio também ficou frustrado.
— Sou alemão e vim passar meu primeiro Réveillon no Rio. Estava em Búzios e decidi vir para cá por causa da fama da festa. Fiquei completamente decepcionado — contou Niklas Meister.
O mineiro Eduardo Gonçalves, que assistiu à queima de fogos pela primeira vez, também achou “fraco”, mas apreciou o restante da festa:
— O clima é ótimo. A queima de fogos foi um pouco fraca, mas os shows valeram a pena.
Marcelo Kokote, responsável pelo espetáculo pirotécnico, contou que uma das novidades foi a mudança na tradicional cascata de fogos, que agora conta com uma versão colorida importada do Japão.
— Normalmente, as cascatas são douradas, mas agora temos uma versão colorida, inédita no Brasil. A ideia é lançar esses fogos a alturas maiores, com bombas vermelhas mais próximas das balsas. E teremos outras surpresas para o público — revelou Kokote.
A queima de fogos durou 12 minutos e também aconteceu em outros locais, como o Flamengo, a Igreja da Penha e os parques Oeste e Realengo, que foram inaugurados este ano.
Como nos anos anteriores, os fogos foram projetados para emitir menos ruído. A trilha sonora, mais uma vez, foi responsabilidade do DJ e produtor musical Daniel Lopes, que no Réveillon de 2024 havia feito uma homenagem à cantora Rita Lee, falecida em 2023.
