Na manhã de hoje (14/08), a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão na residência do jornalista Ed Raposo. Durante a ação, Raposo foi conduzido para prestar depoimento na sede da Polícia Federal. Simultaneamente, a esposa e a filha do jornalista Osvaldo Eustáquio também foram alvo de buscas, o que intensificou a pressão sobre os investigados nos inquéritos conduzidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Essas ações ocorrem um dia após a publicação de uma denúncia contundente por Glenn Greenwald na Folha de S. Paulo. Em seu artigo, Greenwald criticou severamente os inquéritos conduzidos por Moraes, alegando que estes têm sido marcados por abusos e violações constitucionais. Greenwald divulgou também um arquivo de 6 GB contendo trocas de mensagens via WhatsApp entre assessores de Moraes e, na época, o presidente do TSE. Essas mensagens sugerem uma estratégia de perseguição a apoiadores de Jair Bolsonaro nas redes sociais, com alegações de que denúncias foram forjadas por assessores da Corte a mando de Moraes.
O conteúdo das mensagens revela que documentos redigidos a pedido de Moraes foram enviados da Justiça Eleitoral para o inquérito das fake news. Um relatório preparado por Eduardo Tagliaferro, coordenador da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE, recomendava a suspensão das contas de Rodrigo Constantino nas redes sociais, o cancelamento de seu passaporte e sua intimação pela Polícia Federal. A documentação revela que as ordens partiram diretamente de Moraes, apesar de o relatório do TSE mencionar “monitoramento por terceiros”.
Até o momento, não foi confirmado se o jornalista Ed Raposo foi preso ou liberado após o depoimento. A situação continua a evoluir, e o desenrolar desses eventos pode ter implicações significativas para os envolvidos e para a forma como as investigações são conduzidas.