Essa estatística foi apresentada pela Associação Beneficente Heróis do Rio de Janeiro (ABHRJ) durante audiência pública da Comissão Especial da Alerj que discute ações de proteção aos militares.
A Comissão Especial de Militares Vitimados em Serviço, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), se reuniu nesta quinta-feira (27/11) em audiência pública para discutir medidas que assegurem tratamento digno a policiais civis, militares e bombeiros vitimados em serviço. Na reunião, a Associação Beneficente Heróis do Rio de Janeiro (ABHRJ) apresentou dados que indicam que, em média, dois policiais militares morrem por dia no Estado. O colegiado também anunciou a criação de Grupos de Trabalho (GT) para analisar os casos e propor novas medidas de proteção.
O presidente da Comissão, deputado Renan Jordy (PL), explicou que a proposta do colegiado é assegurar assistência digna aos militares vitimados em serviço, garantindo que o Estado cumpra seu papel de proteção. Segundo ele, o grupo irá apurar, documentar e sistematizar os casos para elaborar um diagnóstico com dados e evidências. “Nosso objetivo é criar políticas públicas justas, eficientes e humanizadas para amparar de forma real esses profissionais que arriscam a vida pela sociedade, para que não sejam esquecidos quando mais precisam”, afirmou.
O vice-presidente do colegiado, deputado Marcelo Dino (União), destacou que a melhoria das condições de trabalho e do atendimento psicológico também aos militares deve ser tratada como política estratégica. “Quando o policial é tratado com dignidade, ele está mais preparado para servir e proteger. Cuidar da saúde e da qualidade de vida desses profissionais é essencial para garantir um atendimento melhor à sociedade”, apontou.
Em sua fala, o deputado Giovani Ratinho (SDD) afirmou que a Comissão buscará também assegurar suporte integral às famílias, inclusive atendimento psicológico e psicossocial. “Queremos compreender o impacto emocional dessas perdas e trazer à mesa do Legislativo e Executivo soluções efetivas. Sabemos que muitas vezes o Estado e as instituições estão sobrecarregados, e é papel deste colegiado ajudar a dar atenção a quem realmente precisa de ajuda”, disse.
Cenário de guerra
O presidente da Associação Beneficente Heróis do Rio de Janeiro, coronel da Polícia Militar Fábio Cajueiro, afirmou que os dados de letalidade contra policiais no Estado são alarmantes. Ele destacou que a taxa de mortalidade de policiais militares do Rio é superior à de soldados norte-americanos nos maiores conflitos da história, incluindo a Segunda Guerra Mundial. “O policial fluminense vive um cenário de guerra. É preciso reconhecer essa condição e tratá-la com políticas de proteção e valorização, porque estamos perdendo profissionais como se estivéssemos em combate”, declarou.
A assessora especial de Relações Institucionais da Secretaria de Estado da Polícia Civil, Inamara Pereira, ressaltou a importância de o tema ser debatido dentro do Parlamento. “Discutir esse assunto aqui traz visibilidade e permite construir soluções em conjunto. Quando um policial é vitimado, não é só ele que sofre: é toda a família. Por isso, a política de reparação precisa ser ampla, envolvendo apoio psicológico, jurídico e até financeiro”, pontuou.