Dólar Hoje Euro Hoje
quarta-feira, 18 dezembro, 2024
Início » Dívidas da Fundição Progresso poderão ser compensadas pelas benfeitorias realizadas pela instituição

Dívidas da Fundição Progresso poderão ser compensadas pelas benfeitorias realizadas pela instituição

Por Alexandre Gomes

As dívidas não tributárias da Fundição de Arte e Progresso, referentes ao Centro Cultural Fundição Progresso, serão compensadas considerando as benfeitorias realizadas no imóvel situado na Lapa, Zona Central do Rio. A determinação consta no Projeto de Lei 4.306/24, de autoria do deputado André Corrêa (PP), que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou nesta terça-feira (17/12), em discussão única. A proposta segue para o governador Cláudio Castro, que tem até 15 dias úteis para sancioná-la ou vetá-la.

A compensação aplica-se exclusivamente às dívidas decorrentes de taxas de ocupação, multas e outros encargos relativos ao Termo de Permissão de Uso celebrado entre o Estado do Rio e a Fundição de Arte e Progresso. Esta compensação não exime a instituição cultural do cumprimento das obrigações futuras previstas no termo.

O centro cultural é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio, nos termos da Lei 8.563/19. Um processo administrativo da Procuradoria Geral do Estado (PGE/RJ) de 2021 comprovou investimentos realizados pela Fundição na preservação e modernização do seu imóvel, que ultrapassaram R$ 13 milhões.

André Corrêa explicou que além de sua relevância cultural, a Fundição Progresso tem sido uma força motriz para a revitalização e segurança da região, garantindo uma presença contínua de público e atividades que inibem práticas delituosas e promovem uma sensação de segurança no entorno, que atualmente sofre com o aumento de moradores de rua e atividades ilícitas. Sua atuação, segundo o parlamentar, é de uma aliada do poder público no esforço para manter a ordem e a segurança na área da Lapa.

“Com os vultuosos investimentos, a instituição garantiu não apenas a conservação do patrimônio cultural, mas também a geração de mais de 5 mil empregos diretos e indiretos, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do Estado do Rio. As conclusões do processo administrativo evidenciam que a Fundição de Arte e Progresso realizou investimentos significativos na preservação e melhoria do imóvel, justificando a necessidade de um ‘encontro de contas’ para avaliar os valores devidos em relação aos benefícios efetivamente prestados ao Estado”, disse o deputado, que é presidente da Comissão de Orçamento da Alerj.

Ainda de acordo com projeto, a Fundição Progresso deverá manter a oferta de contrapartidas culturais ao Estado do Rio, incluindo a concessão de bolsas de estudo em atividades culturais, a disponibilização de ingressos para espetáculos e a cessão de espaços do centro cultural para a realização de eventos de interesse do poder público estadual, nos termos estabelecidos pelo Termo de Permissão de Uso vigente.

Corrêa também ressaltou que a medida não caracteriza renúncia de receitas pelo Estado. “Trata-se, na realidade, de um reconhecimento legítimo das significativas benfeitorias realizadas pela entidade em um imóvel que pertence ao patrimônio do Estado e que, caso administrado diretamente pelo poder público, demandaria grandes investimentos que o erário dificilmente estaria apto a arcar. O Estado jamais recebeu tais receitas em anos anteriores, e a cobrança dessas taxas surgiu de uma reavaliação contratual e de alterações unilaterais no Termo de Permissão de Uso, que impuseram encargos desproporcionais à Fundição Progresso”, concluiu o parlamentar.

Diversos parlamentares elogiaram a proposta em plenário, entre eles um dos decanos da Alerj, deputado Carlos Minc (PSB). “Apenas reconhecemos um esforço de uma vida dedicada à afirmação da cultura como fator de geração de renda e de consciência social. Parabéns a toda equipe da Fundição. Não é remissão de dívida. O que a instituição não pôde pagar de aluguel durante dois anos da Covid, por exemplo, é apenas um terço daquilo que a Procuradoria reconheceu quanto ao que a Fundição efetivamente investiu em melhorias. Portanto, a Assembleia fez justiça”, concluiu Minc.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.