Realizado no Sambódromo desde 1984, esse evento é responsável pela geração de milhares de empregos diretos e indiretos.
Os desfiles de Carnaval das escolas de samba, na Marquês de Sapucaí, podem se tornar Patrimônio Imaterial Histórico, Cultural, Artístico e Humanístico do Estado do Rio. É o que prevê o Projeto de Lei 5.219/25, de autoria do deputado Vinicius Cozzolino (União), que a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, em primeira discussão, nesta terça-feira (18/11). A medida ainda precisa passar por uma segunda votação em plenário.
Cozzolino destacou que o evento é uma das mais expressivas manifestações culturais do Brasil e do mundo, representando não apenas um espetáculo artístico de proporções monumentais, mas também um símbolo da identidade fluminense e da criatividade popular. Os desfiles das escolas de samba acontecem no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, desde sua inauguração em 1984.
“Mais do que uma festa, o desfile é expressão da resistência e da valorização da cultura afro-brasileira, da periferia urbana e da ancestralidade de povos que ajudaram a construir a nação. As escolas de samba exercem papel educativo e social em suas comunidades, atuando durante todo o ano como centros de formação cultural e de inclusão social”, afirmou o parlamentar.
Reconhecimento internacional
Ainda segundo Cozzolino, a declaração como patrimônio imaterial no Estado do Rio de Janeiro poderá abrir caminho para que os desfiles sejam reconhecidos internacionalmente. O parlamentar citou que existe um esforço da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) para tornar o evento Patrimônio da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
“Esse reconhecimento nasceu de uma ida ao escritório da Unesco em Nova Iorque, em maio, quando representei a Frente Parlamentar da Juventude da Alerj no ECOSOC Youth Fórum. A Liesa pretendia o reconhecimento dos desfiles como Patrimônio da Humanidade, mas, para isso, as instâncias internas precisam reconhecer suas manifestações culturais”, explicou o deputado.
Cozzolino ressaltou ainda que o desfile movimenta significativamente a economia do Estado do Rio de Janeiro, sendo responsável pela geração de milhares de empregos diretos e indiretos, aquecendo os setores do turismo, da hotelaria, do comércio e dos serviços. Estima-se que o impacto econômico do Carnaval ultrapasse R$ 4 bilhões anualmente, consolidando-se como uma das principais fontes de receita e desenvolvimento urbano da capital fluminense.