A Comissão de Minas e Energia, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizou audiência pública nesta quinta-feira (12/12) para cobrar das concessionárias Light e Enel um plano de prevenção contra a falta de luz no verão. As principais ações apresentadas por elas envolvem investimentos em infraestrutura e manutenção, com foco em monitoramento climático e automação.
A diretora de Relações Institucionais da Enel, Andréia Correia, relatou que, além de podas de árvores e o aumento de 30% em equipes para atividades mais complexas, a empresa também está usando a tecnologia a favor. “Estamos colocando equipamentos telecomandados, que, em poucos minutos, sem ter a necessidade de encaminhar uma equipe em campo, o próprio sistema faz a reconfiguração para retomar a energia”, explicou.
Já o gerente de manutenção da Light, Bruno Almeida, pontuou os números de reforços do grupo de trabalho que vão atuar em situações de emergência: “Temos 70 equipes de emergência, 51 equipes leves voltadas ao atendimento comercial emergencial, e 63 motos terceirizadas, que visam ao deslocamento mais fácil”.
Problemas de fornecimento no interior
Durante a reunião, alguns vereadores do interior do estado relataram os eventuais problemas com o fornecimento de energia na região. O presidente da Câmara Municipal de Varre-Sai, Fabricio Pimentel, criticou a falta de ação da Enel. “Nós somos uma cidade pequena, a menor do estado, mas temos um lugar de produção e dependemos de energia. No ano passado, ficamos sem luz por quatro dias, nos preparativos de Ano Novo”, lembrou.
Enquanto o vereador de Areal, Luís da Papelaria, reforçou que a cobrança de fornecimento de energia não faz jus ao serviço prestado pela empresa. “A Capital da Uva no Rio de Janeiro vem sofrendo imensamente com o serviço da Enel. A conta chega e, se não pagar, o corte é certo”, criticou.
Dívidas dos municípios
Durante audiência, a comissão solicitou também um requerimento de informações às concessionárias de energia Enel e Light sobre os municípios que possuem dívidas com ambas as empresas. Atualmente, a Enel atende a 66 cidades do estado do Rio e a Light, 31. “É um pedido para que elas informem os anos e quais os municípios que têm débitos com as concessionárias para que a gente possa fazer uma intermediação. Em último caso, como é o de Campos de Goytacazes, isso pode ser enquadrado inclusive como improbidade administrativa no Tribunal de Contas”, explicou o presidente da Comissão de Minas e Energia, deputado Thiago Rangel (PMB), que explicou que o município possui, hoje, cerca de R$ 75 milhões em dívidas com o setor.
A intervenção do deputado teve como gancho os relatos, de representantes de ambas as empresas, sobre o investimento feito por elas em podas de árvores que impactam na fiação de energia elétrica, um serviço que deveria ser atrelado às prefeituras.
Também participaram da reunião os deputados Rodrigo Amorim (União), Vinicius Cozzolino (União) e Luiz Cláudio Ribeiro (REP).