Dólar Hoje Euro Hoje
segunda-feira, 13 outubro, 2025
Início » Comissão de Trabalho da Alerj debate precarização da segurança no manuseio do GNV no Estado do Rio

Comissão de Trabalho da Alerj debate precarização da segurança no manuseio do GNV no Estado do Rio

Por Alexandre Gomes

Colegiado vai encaminhar ofício ao Ministério do Trabalho pedindo a atualização da Norma Regulamentadora (NR) 20. Mais de 40% dos veículos abastecidos com GNV em todo o país estão concentrados no Estado do Rio.

A Comissão de Trabalho, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), se reuniu em audiência pública nesta sexta-feira (10/10) para discutir a precarização das condições de trabalho e da segurança em postos de combustíveis, com foco nos casos de acidentes envolvendo cilindros de Gás Natural Veicular (GNV). Durante a reunião, o colegiado anunciou que pretende formalizar um documento para encaminhar ao Ministério do Trabalho pedindo a atualização da Norma Regulamentadora (NR) 20, que estabelece os requisitos de segurança e saúde no trabalho para atividades com inflamáveis e líquidos combustíveis.

Segundo a presidente da comissão, deputada Dani Balbi (PCdoB), é fundamental que a norma seja mais específica quanto aos tipos de fluidos e seus riscos. “A partir dessas atualizações, a norma também deve recomendar claramente os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) necessários, incluindo quais tipos de máscaras e equipamentos devem ser utilizados. Também precisa especificar quais cilindros ou compartimentos precisam ser verificados e os critérios técnicos que devem ser observados quanto à pressão e à contenção dos gases, garantindo que os operadores não estejam expostos a riscos desnecessários”, explicou.

No Brasil, segundo a distribuidora Naturgy, existem cerca de 1,8 milhão de veículos abastecidos com GNV, sendo que aproximadamente 750 mil estão no território fluminense. Isso corresponde a 40% dos veículos abastecidos com o combustível nacionalmente. Em junho deste ano, a explosão de um cilindro de gás em um posto localizado na Praça da Cruz Vermelha, no Centro do Rio de Janeiro, vitimou o motorista do veículo e o frentista. Para a parlamentar, a tragédia demonstrou o impacto social desses acidentes, com a força da explosão atingindo até mesmo edifícios vizinhos. “Desde então, os sindicatos do setor vêm intensificando as mobilizações e cobrando uma resposta do Poder Público para melhorar a situação dos trabalhadores frentistas”, afirmou Balbi.

Para atuar em um posto de abastecimento de combustível, os trabalhadores devem ter o curso da NR20, mas isso frequentemente não é cumprido, segundo atestou o Presidente do Sindicato dos Frentistas do Rio de Janeiro (Sinpospetro-RJ), Eusébio Neto, devido à falta de fiscalização eficaz. ‘O que buscamos é que todos os responsáveis cumpram de fato suas obrigações de fiscalização. Em nenhum momento se propõe que os trabalhadores sejam responsáveis por isso, seria inadequado e injusto. O papel do trabalhador é ter conhecimento e treinamento para se proteger enquanto exerce suas funções”, disse.

Para a diretora do Sinpospetro-Niterói, Renata dos Santos Silva, um bom treinamento pode salvar vidas. “A qualificação dos trabalhadores é essencial. No posto modelo em que fui treinada, aprendi a orientar o cliente e o motorista sobre procedimentos de segurança. É importante conscientizar a população sobre a necessidade de descer do veículo durante o abastecimento, tanto para a segurança do próprio motorista quanto de sua família”, ressaltou.

O coordenador da Superintendência de Fiscalização de Abastecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Ary Sergio de Souza, explicou que o problema não está na operação do GNV dentro dos postos, mas sim na falta de fiscalização sobre os veículos. “Temos uma meta anual de fiscalização que varia entre 1.000 e 1.500 ações, e realizamos operações conjuntas com outros órgãos reguladores e concessionárias. Durante essas inspeções, verificamos a pressão de abastecimento dos compressores, as condições de compressão do gás, as válvulas de segurança e o estado geral dos abastecedores”, observou.

Souza ainda defendeu a atuação em três frentes principais: a repressão e fiscalização em veículo, com ações do Detran, órgãos de controle e forças policiais; a educação e conscientização do consumidor, para que compreenda os riscos e responsabilidades no uso do GNV; além de ações do Poder Público, com o objetivo de incentivar a conversão regular dos veículos, seja por meio de subsídios, redução de impostos ou incentivos financeiros.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.