A Comissão de Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizou uma audiência pública nesta quarta-feira (28/08) para discutir as condições das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs) e propor políticas públicas eficazes. O colegiado destacou a necessidade de investimentos na construção de novas instituições públicas e na melhoria das já existentes, além de enfatizar a importância da parceria com as Unidades Básicas de Saúde.
O deputado Munir Neto (PSD), presidente do colegiado, sublinhou a importância da integração entre os serviços de saúde e as ILPIs. “O envelhecimento é um grande desafio, e é crucial desenvolver políticas públicas que melhorem a qualidade de vida dos idosos. Um planejamento abrangente e integrado é necessário, o que inclui uma colaboração entre as unidades de saúde e as instituições, proporcionando um atendimento multiprofissional”, declarou o deputado.
Durante a reunião, foram apresentados dados indicando que o Estado possui 527 ILPIs, com mais de 200 no município do Rio, sendo apenas 10 unidades públicas. Munir Neto considerou urgente a construção de novas ILPIs públicas para atender adequadamente a população idosa.
“Estamos preocupados com a capacidade de algumas instituições em atender adequadamente os idosos e com a falta de vagas em muitas delas. O Estado precisa investir nas instituições existentes e construir novas”, acrescentou o deputado.
Um problema destacado foi a falta de capacitação dos profissionais que atuam no Sistema Único de Saúde, tanto nas unidades básicas quanto nos hospitais, além daqueles que trabalham nas instituições filantrópicas. “Os profissionais precisam de qualificação para atender a essa população com diferentes graus de dependência”, afirmou Cristine Abdalla, representante da Frente Nacional para Fortalecimento das ILPIs.
Cristiane Branquinho, promotora do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, revelou que fiscaliza 44 ILPIs e que há 10 mil idosos residentes no Estado. Ela enfatizou a falta de higiene e a desorganização encontrada em muitas instituições. “A situação é preocupante. Observamos a falta de cuidados com a higiene, como idosos compartilhando escovas de dente e dividindo roupas”, relatou a promotora.
A superintendente da Pessoa Idosa da Secretaria de Estado de Envelhecimento Saudável, Licia Mattesco, apresentou as iniciativas do Estado, como o Projeto Qualidade, que oferece cursos de capacitação; o Projeto 60+ Reabilita, que pretende criar 100 polos de atendimento com fisioterapia e atividades físicas ao ar livre; e o Centro de Referência em Atenção à Pessoa Idosa (CRAPI), que disponibiliza oficinas digitais, pedagógicas e terapêuticas. “Estamos investindo em prevenção e em políticas públicas eficazes. É fundamental continuar esse investimento, considerando o crescimento da população idosa”, concluiu Mattesco.