Para marcar os 200 anos da Constituição de 1824, a primeira do Brasil como país independente, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) realizará, nesta quinta-feira (22/08), o lançamento do livro “Palácio Tiradentes: Arte e Política no Brasil Republicano”. O evento acontecerá às 18h no Salão Nobre da sede histórica do Legislativo fluminense.
A nova obra sobre o quase centenário Palácio Tiradentes oferece uma análise inédita da Primeira República brasileira (1889-1930), destacando a construção do edifício, que foi reformado para servir como sede da Câmara dos Deputados e inaugurado em 1926. O livro, escrito por Douglas Libório, professor da Escola do Legislativo (Elerj) vinculada à Alerj, explora o papel do Palácio como um símbolo do protagonismo parlamentar da época e oferece uma nova perspectiva sobre a interseção entre arte, boemia e política, especialmente no contexto do Carnaval.
A publicação revela pesquisas inéditas, incluindo a contribuição de artistas negros como Modestino Kanto e João Timótheo da Costa na decoração do Palácio. Também destaca que todos os envolvidos na ornamentação da fachada tinham experiência na criação de carros alegóricos para o Carnaval carioca. O livro também menciona que, até a construção de Brasília, o Palácio Tiradentes foi a única sede que nasceu com a função de parlamento e ainda mantém essa utilização. O Palácio também foi testemunha de vários momentos importantes da vida de Getúlio Vargas, que participou da inauguração como deputado federal. Além disso, a obra explora a história da estátua de Tiradentes, a única obra em bronze na fachada, inspirada no monumento a Balzac de Rodin, em Paris.
Douglas Libório descreve o livro como uma análise dos três pilares: a trajetória do Legislativo brasileiro, a transformação da arquitetura carioca na década de 1920, e as múltiplas histórias que tornaram o Palácio Tiradentes o principal espaço de cidadania fluminense. “Pensar este Palácio é pensar a vida urbana carioca, das manifestações na escadaria ao Carnaval”, ressalta Libório.
Entre as relíquias históricas associadas ao Palácio estão a pá de prata usada por Epitácio Pessoa para lançar a pedra fundamental, no Museu da República; o livro da ata de inauguração, na Câmara dos Deputados em Brasília; e uma série de pranchas detalhando o planejamento do edifício, na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFRJ.
O Palácio, irmão mais novo do Palácio Pedro Ernesto, passou a se chamar Tiradentes em 1936, por iniciativa de um parlamentar paulista, ligando o parlamento ao passado do inconfidente. O prédio foi tombado pelo IPHAN em 1993, por ocasião do Bicentenário da Morte de Tiradentes no ano anterior, e duas placas em mármore no Palácio abordam essas datas.
“A importância da cultura, da política e da história do país é mais uma vez destacada nesta publicação sobre o Palácio Tiradentes. É uma honra realizar este lançamento na Casa do Povo”, comentou Fernanda Figueiredo, diretora de Cultura da Alerj.
Serviço:
Lançamento do livro: “Palácio Tiradentes: Arte e Política no Brasil Republicano”
Data: 22/08
Horário: 18h
Local: Salão Nobre do Palácio Tiradentes