Na Indonésia, a divulgação recente de um vídeo que mostra a invasão de um culto cristão por um grupo de muçulmanos causou preocupação e lamento entre as autoridades. O incidente, ocorrido em março, só foi revelado em julho, gerando ampla repercussão na mídia local. O culto estava sendo realizado em uma casa alugada pela Igreja de Tessalônica, na Província de Banten, devido à falta de uma licença de construção pela igreja.
A invasão, conduzida por uma multidão de homens muçulmanos, interrompeu o culto e foi acompanhada por zombarias e gritos de “Allahu Akbar”. Os invasores alegaram que a adoração cristã não deveria ocorrer em uma área de maioria muçulmana e criticaram a congregação por usar uma residência alugada como local de culto.
O governo local, representado por Soma Atmaja, providenciou um local temporário para a igreja. A polícia, através de Wahyu Hidayat, afirmou que o conflito foi resolvido pacificamente e expressou confusão quanto ao motivo da divulgação tardia do vídeo.
Ativistas de direitos humanos observam que a legislação indonésia exige licença apenas para locais de culto permanentes, o que não deveria se aplicar a cultos realizados em residências, lojas ou cafés. Contudo, extremistas islâmicos têm utilizado a falta de licenças de construção como pretexto para atacar igrejas desde a aprovação de um decreto ministerial em 2006, que tornou a obtenção dessas licenças mais difícil para novas igrejas.
A Indonésia, classificada como o 42º país mais difícil para ser cristão pela Lista Mundial de Observação 2024, tem enfrentado um aumento no rigorismo islâmico, tornando as igrejas que realizam evangelismo alvos de grupos extremistas.