Há nove anos, Jane carrega consigo as memórias dolorosas do ataque à Universidade de Garissa, um dia fatídico que mudou sua vida para sempre. Por um golpe de sorte, ela escapou da morte ao perder o horário da reunião de oração na instituição de ensino no Nordeste do Quênia, onde militantes do grupo extremista Al Shabaab perpetraram um ataque brutal em 2 de abril de 2015. Enquanto seus colegas enfrentavam o horror, Jane testemunhava a tragédia que se abatia sobre o campus universitário. A perda de amigos queridos deixou cicatrizes profundas não só em Jane, mas também em todos os sobreviventes daquele dia traumático. Desde então, a organização Portas Abertas tem sido um apoio vital para esses jovens, oferecendo suporte no processo de recuperação pós-trauma e auxiliando-os a reconstruir suas vidas após o massacre de Garissa.
Durante uma visita recente dos parceiros locais da Portas Abertas a Jane, em 2023, ela expressou sua profunda gratidão pelo auxílio recebido: “Sobrevivi ao terrível ataque de 2015 e estava profundamente traumatizada quando conheci a organização de vocês. Recebi uma ajuda enorme”, compartilhou. Jane também revelou como as lembranças do ataque continuam assombrando-a, transformando ruídos cotidianos como portas batendo e pneus cantando na rua em desencadeadores de memórias dolorosas. Além dos desafios emocionais, Jane enfrentou dificuldades ao ser transferida para uma nova instituição de ensino. A maneira como os estudantes na nova escola trataram os sobreviventes de Garissa apenas agravou o isolamento e a marginalização que eles já enfrentavam, aprofundando seus traumas.
Em setembro de 2019, Jane e outros sobreviventes do ataque foram beneficiados pelo projeto de cuidados pós-trauma da Portas Abertas, que oferece apoio emocional e espiritual. Ela participou do treinamento “Permanecendo Firme Através da Tempestade” (SSTS) e recebeu acompanhamento próximo do ministério de presença da organização, que oferece oração, encorajamento e assistência emergencial por meio de parceiros locais dedicados.
