A 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (AG CNBB) avança para o seu sétimo dia, trazendo à mesa de debates o tema crucial da Amazônia. Nesta terça-feira, 16, durante uma coletiva à imprensa, o arcebispo de Manaus (AM), Dom Leonardo Steiner, e o arcebispo de São Luís do Maranhão, Dom Gilberto Pastana de Oliveira, discutiram sobre a Conferência Eclesial da Amazônia, a Ceama. Enquanto isso, o bispo auxiliar de Belém do Pará, Dom Paulo Andreolli, abordou a iminente COP30 (30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima), programada para ocorrer em Belém (PA), entre 10 e 21 de novembro de 2025.
Dom Leonardo destacou que a Ceama está se tornando um importante fórum de debates. “Um elemento crucial que gostaria de abordar é o Conselho Indígena. Temos feito um trabalho longo, especialmente com as etnias menos assistidas, auxiliando não apenas na defesa de seus direitos, mas também em sua organização”, explicou o arcebispo de Manaus.
O assunto do Marco Temporal também está no radar da Igreja e da Ceama, segundo Dom Leonardo. “É uma questão de vital importância para os povos indígenas”, ressaltou.
Por sua vez, Dom Gilberto falou sobre o compromisso do episcopado brasileiro com a região amazônica. “A missão desta comissão é facilitar a ação evangelizadora da Igreja nessa região, enfrentando os desafios missionários e buscando tornar a vida dos habitantes locais uma realidade palpável para todos”, disse.
Quanto à COP30, Dom Paulo Andreolli compartilhou planos detalhados para os eventos que a cercam. “Propomos a elaboração coletiva de um plano entre 2024-2025, com representantes de várias entidades. O objetivo é fortalecer a presença da Igreja aproveitando a realização da COP30 no Brasil, promovendo a conversão ecológica em consonância com a Doutrina Social”, explicou o bispo auxiliar de Belém do Pará.
Os trabalhos em torno da COP30 estão sendo meticulosamente planejados. “Estamos planejando várias iniciativas, incluindo um simpósio e uma vigília ecumênica, além de envolver o Círio de Nazaré na conscientização sobre a conversão ecológica”, acrescentou Dom Paulo Andreolli.
Por fim, a ação catequista na Amazônia foi enfatizada por Dom Leonardo como uma necessidade vital, porém sem imposições. “Ao visitar as aldeias, percebi que não devemos impor nossos ministérios. Ter um bom catequista é suficiente para a vida da comunidade eclesial prosperar”, afirmou.
Diante das discussões, Dom Leonardo enfatizou a visão sinodal para o futuro da Igreja. “O Sínodo para a Amazônia foi um exemplo dessa abordagem participativa, envolvendo diversos setores da Igreja. O futuro será sinodal, onde a Igreja será mais ativa na missão do Evangelho”, concluiu.
A 61ª AG da CNBB está programada para encerrar nesta sexta-feira, 19 de abril.