Na manhã de hoje, sexta-feira, 8 de março, o Papa Francisco recebeu os participantes da 34ª edição do Curso do Tribunal da Penitenciaria Apostólica sobre o Foro Interno. Ao longo desta semana, cerca de 500 pessoas participaram presencialmente das atividades em Roma, enquanto outra parcela acompanhou virtualmente. O foco das formações foi o Sacramento da Penitência, direcionado a novos sacerdotes, seminaristas prestes a serem ordenados e todos os interessados em formação permanente.
O Santo Padre expressou sua gratidão pela presença dos participantes e optou por entregar o discurso preparado para a ocasião. No texto, o Papa propôs uma reflexão sobre a oração do Ato de Contrição, especialmente relevante durante a Quaresma e o Ano da Oração em preparação para o Jubileu.
O arrependimento como reconhecimento da misericórdia divina
O Papa destacou três atitudes expressas na oração composta por Santo Afonso Maria de Ligório, que nos conduzem a uma reflexão sobre nosso relacionamento com a misericórdia de Deus: o arrependimento diante de Deus, a confiança Nele e o propósito de não recair no pecado.
Ao discutir o arrependimento, Francisco enfatizou que esta postura não surge de uma análise pessoal ou de culpa psicológica, mas da consciência de nossa pequenez diante do amor infinito de Deus. Quanto mais percebemos Sua ternura, mais desejamos uma comunhão plena com Ele, e mais claramente reconhecemos o mal em nossas vidas. O Papa lembrou que Deus nunca se cansa de perdoar, e que nós, por nossa vez, nunca devemos nos cansar de pedir perdão a Ele.
Confiar na misericórdia divina
O Santo Padre ressaltou a descrição de Deus como “infinitamente bom e digno de ser amado acima de todas as coisas” no Ato de Contrição. Ele destacou a importância de reconhecer a infinita bondade de Deus e colocá-Lo no centro de nossas vidas, animando todos os outros amores e buscando o bem dos outros na justiça e na paz.
Propor-se a não pecar mais
A terceira atitude é o propósito, expressando a vontade do penitente de não recair no pecado e permitindo a transição da ação para a contrição. O Papa explicou que essas palavras expressam um propósito, não uma promessa, e enfatizou que nenhum de nós pode prometer nunca mais pecar. O importante é o propósito presente e justo no momento da confissão.
Conceder generosamente o perdão de Deus
Por fim, Francisco destacou a conclusão da oração: “Senhor, misericórdia, perdoa-me”, ressaltando que os termos “Senhor” e “misericórdia” são sinônimos. Ele incentivou os presentes a viver cada confissão como um momento único de graça e a oferecer generosamente o perdão do Senhor com afabilidade e ternura.
O Papa concluiu seu discurso convidando à oração e ao compromisso, para que o ano de preparação para o Jubileu seja marcado pela misericórdia de Deus em muitos corações e lugares, e para que Deus seja cada vez mais amado, reconhecido e glorificado.
