Na Esplanada de Taçi-Tolu, em Dili, o Papa Francisco proferiu uma homilia profunda e comovente, refletindo sobre a mensagem do profeta Isaías: «Um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado» (Is 9, 5). Ele contextualizou estas palavras em uma época próspera para Jerusalém, mas marcada por uma grande decadência moral, onde a riqueza e o bem-estar cegavam os poderosos, levando-os à injustiça e à indiferença para com os pobres.
O Papa destacou que, mesmo em um mundo repleto de bens materiais, a verdadeira luz só pode vir de Deus. O profeta Isaías anuncia um futuro de esperança e alegria, não através de força militar ou riquezas, mas por meio do dom de um filho, uma grande luz que ilumina as trevas do pecado. Essa luz é representada pelo nascimento de Jesus, que traz renovação e esperança a todos.
Francisco refletiu sobre a beleza e a profundidade do nascimento de uma criança, que simboliza a alegria e a renovação. Este evento é um vislumbre da luz maior do amor eterno de Deus, que se fez presente na fragilidade humana através de Cristo. Ele chamou a atenção para a importância de se abrir ao amor de Deus, permitindo que Ele cure nossas feridas e oriente nossas vidas.
O Papa também destacou a beleza de Timor-Leste, um país jovem e vibrante com muitas crianças. Ele elogiou a presença desses jovens como um sinal de vitalidade e energia para a nação. Ao fazer isso, enfatizou que dar espaço aos pequenos e fazer-se pequeno diante de Deus e uns dos outros são atitudes que nos permitem receber a ação do Senhor.
A homilia continuou com uma reflexão sobre Maria, a mãe de Jesus, que permaneceu pequena e humilde ao longo de sua vida, servindo e rezando, mesmo diante de desafios e incompreensões. Francisco encorajou a audiência a não temer se tornar pequenos diante de Deus e uns dos outros, oferecendo tempo e recursos para o bem-estar dos outros e ajustando projetos para refletir a beleza do serviço e acolhimento.
O Papa também utilizou os adornos tradicionais de Timor-Leste, o Kaibauk e o Belak, para ilustrar suas mensagens. O Kaibauk, simbolizando a força e energia, e o Belak, representando a ternura e a paz, foram usados para simbolizar a realeza de Deus, que é manifestada através da caridade e misericórdia.
Finalizando, Francisco exortou todos a refletirem a luz forte e terna de Deus em suas vidas e em suas ações, elevando os humildes e cuidando dos pobres, conforme o Salmo responsorial: «levanta do pó o indigente e tira o pobre da miséria, para o fazer sentar entre os grandes […] do seu povo» (Sal 112, 7-8).
