Nesta terça-feira, 25, o Papa Francisco recebeu um grupo de sacerdotes alemães que são vítimas de abusos, em um encontro privado na Casa Santa Marta. Entre eles estava Mathias Wuensche, um padre que enfrenta um dilema profundo: apesar de ter sido abusado por um sacerdote quando era criança, ele seguiu sua vocação e se tornou padre.
“Sofri abuso por parte de um padre há 45 anos, e ainda hoje sinto isso”, compartilhou o padre Mathias, da Diocese de Bamberg. Ele destacou a proximidade e o reconhecimento do Papa sobre a dor dos abusos: “O Santo Padre nos disse que este é o lado feio da Igreja. Continuo sendo o mesmo, um padre hoje, e isso é um grande dilema para mim”.
Outro sacerdote presente, Liudger Gottschlich, da Arquidiocese de Paderborn, também vítima de abuso na infância, agora se dedica à pastoral de pessoas que sofreram violências. Ele enfatizou que muitas pessoas na Alemanha deixam a Igreja devido a esse problema.
O encontro com o Papa foi descrito pelos sacerdotes como íntimo e encorajador. Francisco incentivou-os a transformar suas experiências dolorosas em um serviço pastoral frutífero, enfatizando a importância de manter viva a conscientização sobre os abusos na Igreja.
Alguns desses sacerdotes já haviam se encontrado com o Papa durante uma peregrinação de bicicleta de Munique a Roma no ano passado, uma iniciativa para promover um compromisso mais forte contra os abusos sexuais na Igreja. A audiência terminou com a entrega de uma carta ao Santo Padre, reiterando o apelo por uma Igreja que seja um lugar seguro para todos.
