Na Audiência Geral desta quarta-feira, 7, o Papa Francisco concentrou seu discurso na temática da tristeza, como parte do ciclo de reflexões sobre “vícios e virtudes”. O Pontífice abordou esse problema como “um abatimento da alma, uma aflição constante que impede o homem de sentir alegria em sua própria existência”.
Ele começou destacando uma distinção crucial feita pelos padres do deserto entre dois tipos de tristeza. O primeiro é inerente à vida cristã, uma etapa no caminho de conversão que, com a graça de Deus, pode se transformar em alegria. O segundo tipo é mais pernicioso, permeando a alma com desânimo e precisando ser combatido.
Ao enfatizar a existência de uma “tristeza amiga”, que conduz à salvação, Francisco evocou a parábola do filho pródigo como exemplo. Quando o jovem alcança o fundo do poço em sua vida, ele experimenta uma profunda amargura que o leva a retornar à casa de seu pai. O Papa ressaltou a importância de reconhecer o pecado, lamentar a queda da graça divina e chorar pela perda da pureza.
No entanto, o Papa alertou sobre o segundo tipo de tristeza, descrevendo-a como uma “doença da alma” que surge quando a esperança desaparece. Ele citou o episódio dos discípulos de Emaús, que partiram de Jerusalém desiludidos, demonstrando como a tristeza está ligada à vivência da perda.
Francisco reconheceu que todos enfrentam provações que geram tristeza, levando à concepção de sonhos que se desmoronam. Alguns se agarram à esperança, enquanto outros afundam na melancolia, permitindo que a tristeza corrompa seus corações.
Ele alertou que a tristeza pode se transformar de uma emoção natural em um estado de espírito maligno, um demônio sorrateiro que traz pessimismo e egoísmo. Por fim, Francisco exortou os fiéis a estarem vigilantes contra o vício da tristeza e a lembrarem sempre da alegria trazida por Jesus na Ressurreição.