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segunda-feira, 23 setembro, 2024
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Pai cristão em greve de fome no Egito protesta contra detenção ilegal após mais de dois anos preso

Por Marina B.

Um pai cristão de cinco filhos, detido há mais de dois anos e meio no Egito, iniciou uma greve de fome em protesto contra sua detenção ilegal, apesar de seu estado de saúde debilitado. Abdulbaqi Saeed Abdo, um refugiado iemenita preso por participar de um grupo no Facebook que apoia a conversão do islamismo ao cristianismo, anunciou sua decisão em uma carta enviada à família no dia 7 de agosto de 2024.

“Hoje, 7 de agosto de 2024, começo uma greve de fome parcial e me recuso a aceitar qualquer tratamento médico fornecido na prisão”, escreveu Abdo, conforme relatado pelo grupo de defesa ADF International. “Pretendo intensificar minha greve gradualmente até que ela se torne total nas próximas semanas. O motivo é que minha prisão foi feita sem qualquer justificativa legal.”

Abdo foi preso em dezembro de 2021, sem mandado, após sofrer perseguição religiosa no Iémen, o que levou ao seu status de solicitante de asilo no Egito. Ele foi detido junto com o cristão Nour Girgis, e ambos enfrentaram longos períodos de prisão preventiva e adiamentos judiciais repetidos. Sua saúde tem se deteriorado consideravelmente.

Kelsey Zorzi, diretora de defesa da liberdade religiosa global da ADF International, expressou grave preocupação com a situação de Abdo. “O pedido desesperado de ajuda de Abdulbaqi Saeed Abdo não pode ser ignorado. Já é mais do que hora de as autoridades egípcias libertarem ele e Nour Girgis da detenção injustificada e ilegal”, afirmou Zorzi.

O caso também atraiu a atenção das autoridades americanas. O deputado Chris Smith, presidente do Subcomitê Global de Direitos Humanos para Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA, condenou a detenção como uma “grave e grotesca violação dos direitos humanos”. “A notícia de sua greve de fome torna ainda mais urgente sua libertação”, declarou Smith.

A conversão de Abdo ao cristianismo em 2008 no Iémen desencadeou uma série de perseguições, incluindo a morte de sua primeira esposa em um ataque incendiário. Após essa tragédia e contínuas ameaças à sua vida, ele fugiu para o Egito com seus filhos em busca de refúgio. No entanto, a dificuldade em atualizar sua afiliação religiosa nos documentos oficiais egípcios continuou a complicar sua situação, aumentando sua vulnerabilidade.

A carta de Abdo termina com uma mensagem tocante para seus filhos: “Eu amo todos vocês, papai.”

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