No domingo, 18 de fevereiro, as Missas na República Democrática do Congo foram encerradas com uma fervorosa oração pela paz, em meio ao crescente tumulto causado pela violência de grupos rebeldes e terroristas, especialmente na região oriental do país africano. O propósito dessa prece foi implorar pelo fim das hostilidades na região dos Grandes Lagos.
Esta prece representa o firme compromisso dos bispos com a promoção da paz. No próximo sábado, 24, o arcebispo metropolitano de Kinshasa, Dom Fridolin Ambongo, liderará uma Missa pela paz na majestosa Catedral de Nossa Senhora do Congo, na capital, reafirmando o gesto que realizou no final de janeiro na paróquia de Nossa Senhora do Monte Carmelo, em Goma.
O bispo local, Dom Willy Ngumbi Ngengele, destaca que Goma, cidade fronteiriça com Ruanda, tornou-se lar de aproximadamente 850 mil pessoas deslocadas devido à guerra. Nos últimos dois anos, esses refugiados têm buscado abrigo em sete campos estabelecidos pelo governo congolês nos arredores da cidade, tornando-se agora “prisioneiros da guerra travada pelo Movimento 23 de Março (M23)”.
Dom Ngumbi Ngengele explica que toda a região está imersa em um conflito envolvendo diversos grupos armados, incluindo o M23, que, segundo ele, recebe apoio de Ruanda, conforme “atestado por vários relatórios de ONGs e outras agências das Nações Unidas”.
Ele ressalta que após a guerra envolvendo o M23, Goma tornou-se excessivamente militarizada, com a presença de grupos armados conhecidos como ‘wazalendo’. Essa situação transformou Goma em um barril de pólvora, pronto para explodir em guerra civil a qualquer momento, caso não sejam tomadas medidas cautelares. O religioso expressa sua impotência diante do desenrolar de um desastre humanitário e apela por ações concretas para evitar uma catástrofe ainda maior.