A violência dirigida aos cristãos na Nigéria atingiu patamares alarmantes em 2023, com relatos sugerindo a morte de mais de 8.000 fiéis, conforme apontado por um relatório divulgado pela Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito (Intersociety).
A organização, liderada pelo criminologista cristão Emeka Umeagbalasi, compilou dados estatísticos com base em informações da mídia, fontes governamentais e organizações de direitos humanos. Os cristãos foram vítimas de ataques por parte de grupos extremistas, incluindo pastores Fulani radicalizados, o Boko Haram, além de ações das forças de segurança nigerianas.
Estados como Benue, Plateau, Kaduna e Níger foram particularmente afetados, com milhares de sequestros e centenas de igrejas alvos de ataques. A Intersociety clamou por atenção internacional, exigindo a designação de um enviado especial da ONU para a Nigéria e uma resolução do Conselho de Segurança para investigar os ataques contra os cristãos, classificando a situação como um “Genocídio Jihadista de Cristãos”.
Apesar das alegações de violência religiosa, o governo nigeriano tem negado as acusações, enquanto defensores dos direitos humanos criticam sua resposta. O Departamento de Estado dos EUA não incluiu a Nigéria em sua lista de “países de particular preocupação” para 2024, apesar das recomendações da Comissão dos EUA sobre Liberdade Religiosa Internacional. Em janeiro, líderes do USCIRF convocaram uma audiência no Congresso para discutir a falha do Departamento de Estado em designar a Nigéria e a Índia como Países de Preocupação Contínua (PCCs). A USCIRF argumenta que “não há justificativa” para excluir a Nigéria dessa lista, dada a crescente violência contra os cristãos no país.
