O Papa Francisco continuou seu ciclo de reflexões sobre o Espírito Santo na catequese desta quarta-feira, 19, ao se encontrar com os fiéis na Praça São Pedro para a Audiência Geral. Ele enfatizou a ligação dos Salmos com o Espírito de Deus, descrevendo-os como os cânticos que o próprio Espírito inspirou nos lábios da Esposa, que é a Igreja.
Inicialmente, o Pontífice caracterizou o livro do Antigo Testamento como uma “sinfonia de oração”, cujo autor é o próprio Espírito Santo. Assim como uma sinfonia possui diversos movimentos, os Salmos abrangem diferentes tipos de oração: louvor, ação de graças, súplica, lamento, narrativa, reflexão de sabedoria e outros, tanto individualmente quanto em comunidade.
O Papa compartilhou que guarda em sua mesa um volume contendo o Novo Testamento e os Salmos em ucraniano, pertencente a um soldado falecido em guerra, que “rezava com este livro na linha de frente”, revelou Francisco.
Ele observou que alguns Salmos refletem situações históricas e mentalidades religiosas que não são mais as nossas, mas foram a oração de Jesus, Maria, dos Apóstolos e de todas as gerações cristãs ao longo da história. “Ao recitá-los, Deus os ouve na grandiosa ‘orquestração’ que é a comunhão dos santos”, afirmou.
Apesar disso, o Pontífice enfatizou que não podemos nos contentar apenas com a herança do passado; é crucial fazer dos Salmos uma oração pessoal. “Se encontramos versículos que ressoam em nossos corações, é bom repeti-los e rezá-los ao longo do dia, pois são válidos para todos os momentos e ganham eficácia com a constância”, explicou.
Francisco sublinhou que os Salmos são orações para todos os momentos da vida e oferecem as palavras ideais para transformar culpa, medo, angústia e outros sentimentos em prece. Além disso, destacou que os Salmos enriquecem nossa oração, pois não se limitam apenas ao homem, mas incluem louvor, bênção e ação de graças, abrangendo também a Criação.
Por fim, o Papa recordou o Jubileu que será celebrado em 2025 e o ano de oração que o precederá. “Que o Espírito Santo, que inspirou a Igreja Esposa com as palavras para rezar ao seu divino Esposo, nos ajude a fazer essas palavras ressoarem na Igreja de hoje e a tornar este ano preparatório para o Jubileu uma sinfonia de oração”, concluiu.
