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segunda-feira, 8 julho, 2024
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Mulheres afegãs excluídas de negociações com o Talibã no Catar

Por Marina B.

No último domingo, mulheres afegãs foram excluídas das reuniões de alto nível entre o Talibã, líderes das Nações Unidas e enviados especiais para o Afeganistão, realizadas no Catar. O Talibã impôs essa condição para participar das discussões.

Jason Howk, diretor do Global Friends of Afghanistan, criticou severamente a decisão, declarando: “A contínua submissão da comunidade diplomática às exigências terroristas apenas fortalece a posição do Talibã. Mulheres e meninas no Afeganistão estão aprisionadas ao ar livre e são tratadas como menos que humanas.”

As reuniões abordaram temas como o crescimento do setor privado, restrições financeiras e bancárias, e o tráfico de drogas, conforme relatos da Associated Press. Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, liderou a delegação do grupo afegão. Após os encontros com o Talibã, os enviados especiais se reuniram com mulheres afegãs e membros da sociedade civil.

Jose Luis Diaz, porta-voz da ONU, assegurou que os direitos das mulheres e meninas seriam discutidos em todas as conversas com o Talibã. Contudo, não ficou claro se os delegados abordaram diretamente as leis restritivas do Talibã, como o uso obrigatório do véu e a proibição da educação para meninas após a sexta série.

O Representante Especial para o Afeganistão, Tom West, e a Enviada Especial para Mulheres, Meninas e Direitos Humanos Afegãos, Rina Amiri, participaram das reuniões. O Talibã afirmou que não discutiria questões relacionadas às mulheres, argumentando que essas questões devem ser tratadas localmente dentro da estrutura da Sharia Islâmica.

Desde a implementação da lei Sharia em novembro de 2022, as mulheres afegãs enfrentam severas restrições e são vítimas frequentes de violência, incluindo relatos de estupro em prisões do Talibã e outros abusos. Roza Otunbayeva, Representante Especial da ONU para o Afeganistão, mencionou que a questão das mulheres poderia ser abordada indiretamente por meio de discussões sobre indústria privada e políticas antinarcóticos.

Críticos como o jornalista Lynne O’Donnell argumentam que a comunidade internacional está colaborando com o Talibã ao ignorar os abusos contra mulheres em prol de negociações diplomáticas. Bill Roggio, da Foundation for Defense of Democracies, alerta que o Talibã é um grupo organizado e determinado a manter a opressão às mulheres.

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