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quinta-feira, 26 dezembro, 2024
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Ministro do STF causa furor ao criticar líderes religiosos e defender o aborto em palestra na PUC-Minas

Por Marina B.


O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Roberto Barroso, causou alvoroço nas redes sociais na sexta-feira (8) durante uma palestra na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a PUC-Minas, ao abordar a relação entre religião e política.

Barroso destacou a importância de combater a manipulação da religião para objetivos políticos temporais em detrimento das questões espirituais. Ele criticou veementemente o uso de líderes religiosos para conquistar votos, recorrendo à tática de demonizar o adversário para influenciar a escolha dos eleitores. “Precisamos resistir à instrumentalização da religião em prol de causas políticas transitórias, em detrimento das questões espirituais. É inaceitável o uso de líderes religiosos para ganhar votos e disseminar a ideia de que o meu oponente é maligno, influenciando assim a escolha dos eleitores”, afirmou o magistrado.

“É uma abordagem bárbara e anti-cristã da religião”, declarou Barroso, ressaltando seu discurso no contexto da liberdade religiosa protegida pela Constituição Brasileira.

A declaração de Barroso gerou polêmica devido à sua interpretação subjetiva, levantando preocupações sobre a possibilidade de ser interpretada como uma tentativa de censurar líderes religiosos influentes que se manifestam publicamente sobre questões políticas, como Silas Malafaia, André Valadão, Cláudio Duarte, entre outros. O presidente do STF também caracterizou a religião como antagônica ao “ódio” e mencionou as manifestações de janeiro de 2023 como exemplo do uso inadequado da fé na política. Ele enfatizou que a verdadeira religião se opõe à violência, destacando a capacidade de lidar com o próximo, mesmo diante de comportamentos questionáveis, com compreensão e diálogo.

Na mesma palestra em uma universidade católica, Barroso defendeu o aborto como um direito à “liberdade sexual e reprodutiva” das mulheres, utilizando termos associados à militância política e ideológica, como “precisamos lutar e conquistar”. “Nós devemos batalhar e assegurar o direito à liberdade sexual e reprodutiva das mulheres, que é um direito fundamental e que tem sido negligenciado no Brasil”, declarou o ministro, argumentando que não se trata de defender o aborto, mas sim de enfrentar o problema de maneira mais inteligente do que simplesmente criminalizá-lo, pois, segundo ele, prender a mulher não é uma solução eficaz.

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