Gleisi Hoffmann, líder do Partido dos Trabalhadores (PT), expressou sua indignação com a postura da ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro, ao misturar discursos religiosos em sua atuação pública.
Durante uma entrevista à CNN Brasil, a deputada do PT criticou a abordagem de Michelle, argumentando que utilizar a fé em Deus como fundamento para suas declarações políticas é inadequado. “É delicado trazer religião e fé para o debate público, especialmente ao lidar com o público evangélico. Isso me incomoda muito. Me incomoda ver Michelle Bolsonaro discursando como se fosse uma pregadora, se colocando como porta-voz de Deus”, afirmou Hoffmann.
Ao mencionar tanto Michelle quanto Jair Bolsonaro, Gleisi insinuou que ambos estariam usando discursos religiosos para capitalizar a fé do público, sugerindo que questões religiosas deveriam ser separadas da política. “Ninguém deve alegar falar em nome de Deus. Isso me incomoda como pessoa de fé, como cristã. Não devemos recorrer a isso. Devemos abordar o público evangélico como abordamos qualquer outro grupo”, enfatizou.
A preocupação de Gleisi reflete a tentativa de seu partido em se conectar com o eleitorado evangélico, um segmento importante de oposição ao governo Lula.
Apesar de ter uma presença política relativamente fraca na esfera evangélica, aliados do governo Lula têm criticado a influência de figuras políticas nas igrejas, como Michelle Bolsonaro, vista como uma possível candidata presidencial em 2026, caso seu marido seja considerado inelegível.
Para Gleisi, a influência da família Bolsonaro no meio evangélico seria manipuladora e prejudicial. “Eles trabalham com muitas mentiras, incluindo afirmar que Bolsonaro é um representante de Deus, um messias. Ir às igrejas evangélicas, pregar e mesclar isso com a luta política é muito prejudicial”, concluiu a líder petista.