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segunda-feira, 7 outubro, 2024
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Horror sem fim: O relato aterrador da família cristã que sobreviveu ao terror do extremismo islâmico em Burkina Faso

Por Marina B.

Em Burkina Faso, onde mais de dois milhões de pessoas estão deslocadas devido ao extremismo islâmico, Fati (pseudônimo) e sua família emergem como um exemplo em meio aos que enfrentam violentas perseguições. “Eu vivo com um medo constante. Sempre que ouço um tiro, meu coração dispara e o pensamento deles retornarem para nos exterminar nos assombra”, compartilhou Fati, uma jovem mãe e esposa na casa dos 20 anos.

“A primeira vez que nossa vila foi atacada, balas cruzavam o ar em todas as direções. Os residentes se dispersaram, tentando se esconder, mas os agressores persistiram, disparando incessantemente até finalmente se retirarem. Três dias depois, voltaram. Desta vez, vasculharam a vila, atirando indiscriminadamente. Incendiaram o mercado, casas e tudo de valor que encontraram. Cruéis, incendiaram o gado vivo. Alguns conseguiram escapar e se esconder, mas muitos pereceram queimados em suas próprias moradas”, recordou Fati. Segundo relatos da Portas Abertas, esse nível de brutalidade forçou mais de um milhão de pessoas a fugirem. No entanto, muitos optaram por permanecer, esperando pelo fim da violência. “Quando partiram, as pessoas diziam: ‘Vamos orar e esperar que não retornem’. No entanto, a paz foi efêmera. Meras duas semanas depois, a vila foi novamente atacada, desta vez com armas pesadas. As balas atravessaram telhados e janelas, ferindo muitos dentro de suas casas.”

Após o ataque, muitos buscaram refúgio na vila vizinha de Burzanga. Outros deixaram mantimentos e pertences valiosos lá, caso precisassem fugir. Então, os jihadistas surpreenderam a vila de Fati com um quarto ataque. “Os terroristas minaram a estrada para impedir que os deslocados passassem em segurança.”

Após controlarem as estradas, os militantes atacaram a vila de Fati em mais duas ocasiões, não poupando nada nem ninguém. “Eles chegaram com granadas, destruindo tudo em seu caminho. O medo era palpável, levando muitos a fugirem logo após sua partida, sabendo que a permanência significava morte certa. Dias depois, retornaram em carros e motocicletas, cercando a vila e disparando indiscriminadamente. Enquanto as pessoas fugiam, eles recitavam o Alcorão, continuando até a noite cair. O terror era avassalador.”

Durante esse último ataque, Fati estava em Burzanga, preparando-se para uma possível fuga. Seu marido estava com os filhos em um encontro religioso na cidade. Quando soube do ataque, Fati correu de volta, temendo o pior. “Ao chegar, não encontrei minha família, até finalmente os localizar escondidos na floresta. Juntos, fugimos, uma jornada árdua especialmente para as crianças. Seus pés incharam, enfrentaram fome e sede. Nos perdemos na floresta à noite e só chegamos a Burzanga na manhã seguinte, após uma noite inteira de caminhada. Lá ficamos por uma semana.” Muitos não conseguiram fugir, muitos pereceram na estrada. Após uma semana em Burzanga, a família de Fati seguiu para a capital, Uagadugu. No trajeto, depararam-se com corpos, cientes de que a sobrevivência fora um milagre. No entanto, mais desafios estavam por vir.

“Em Uagadugu, encontrar comida foi um desafio, pois o pouco que tínhamos foi roubado durante a jornada. Nos vimos desamparados, sem comida nem abrigo”, lamentou.

Mesmo assim, mantiveram a fé em Deus. Foi nesse período que experimentaram Sua graça e esperança em suas vidas. “Encontramos um pastor que nos acolheu em nosso desespero. Ele nos confortou e sustentou. Outros membros da igreja também nos ajudaram generosamente”, continuou. Contudo, o pastor e sua congregação tinham recursos limitados para auxiliar a família. Traumatizados, enfrentavam dificuldades para encontrar abrigo, comida e sustentar os filhos.

“Minha família ainda sofre com o trauma e estamos sem recursos. Na nossa vila, as crianças frequentavam a escola; aqui, mal temos o suficiente para comer, quanto mais para educá-las. É um fardo pesado. Quando estávamos saudáveis, trabalhávamos para pagar a escola, mas agora não temos essa capacidade”, desabafou. Apesar dos desafios, Fati e sua família encontraram conforto na fé, acreditando que Deus esteve com eles em cada etapa do sofrimento. “Nós confiamos nas promessas da Bíblia, que nos sustentam e trazem alegria. Quero agradecer a todos que nos apoiaram em oração. Suas preces nos fortaleceram. Deus nos livrou de dificuldades e tentações. Quando sinto que Ele nos abandonou, lembro-me de Suas palavras na Bíblia, de que estaria conosco em todas as circunstâncias. Acreditamos que Ele transformará nossa dor em alegria”, concluiu.

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