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segunda-feira, 23 setembro, 2024
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Genocídio no Iraque: Como o Estado Islâmico destruiu vidas e a comunidade internacional falhou em impedir a tragédia

Por Marina B.

Há dez anos, na noite de 6 de agosto de 2014, cerca de 120 mil cristãos iraquianos foram forçados a abandonar suas casas sob a ameaça do Estado Islâmico. Na mesma noite, o povo yazidi sofreu uma tentativa de extermínio brutal: mais de 3 mil foram mortos e pelo menos 6.800 pessoas, incluindo mulheres e crianças, foram sequestradas. Esse ataque foi oficialmente reconhecido como genocídio pelas Nações Unidas.

De acordo com o cardeal Louis Raphaël Sako, patriarca caldeu de Bagdá, o evento foi uma “tragédia coletiva” que deixou marcas profundas na memória do povo iraquiano. Apesar da derrota do ISIS, sua ideologia persiste, não apenas no Iraque, mas além.

Vatican News: O que resta hoje da tragédia vivida pelos cristãos iraquianos e outras minorias há dez anos? Cardeal Sako: Há uma falta de fé no futuro. Muitos questionam quando teremos um estado moderno e democrático com direitos iguais para todos. Isso leva muitos a deixar o Iraque. Eu tento encorajar as pessoas a manterem a paciência e a esperança.

Vatican News: O que significa para os iraquianos a ausência de cristãos na Planície de Nínive? Cardeal Sako: A ausência dos cristãos causa medo e insegurança, pois a estabilidade do país ainda é incerta, e os cristãos, sendo uma minoria, enfrentam tensões adicionais.

Vatican News: Toda a população está sofrendo com essa ansiedade? Cardeal Sako: Sim, tanto cristãos quanto yazidis estão com medo. Precisamos mudar a mentalidade de guerra e vingança para uma abordagem baseada no diálogo e na resolução pacífica de conflitos.

Vatican News: O Ocidente também é responsável pela situação que você descreve? Cardeal Sako: O Ocidente muitas vezes parece indiferente, focado na lógica do lucro e carente de valores morais e espirituais. Isso se reflete em diversas crises globais, incluindo a situação na Ucrânia.

Vatican News: O que a experiência da comunidade cristã hoje, juntamente com o genocídio dos yazidis, ensina a nós? Cardeal Sako: A memória desses eventos continua presente e dolorosa. A violência e o ódio persistem, e o mundo deve se unir para prevenir tais atrocidades. O sofrimento de mulheres e famílias separadas por causa de sua etnia é um grave reflexo da falta de valores humanos.

Vatican News: Você tem um apelo para que o mundo abra os olhos para a situação no Iraque? Cardeal Sako: Não devemos esquecer nossos irmãos e irmãs na humanidade. A vida é preciosa e todos somos responsáveis uns pelos outros. Deus nos perguntará o que fizemos pelo nosso próximo, independentemente de nossa religião.

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