Mohammad Hadi Mofatteh, ex-chefe do Centro Islâmico de Hamburgo (IZH), recebeu uma ordem de deportação nesta semana, cinco semanas após as autoridades alemãs terem fechado a organização, conforme anunciado por uma porta-voz do Ministério do Interior de Hamburgo na quarta-feira.
De acordo com a ordem, o clérigo muçulmano xiita de 57 anos deve deixar a Alemanha em 14 dias ou será deportado para seu país de origem, o Irã, às suas próprias custas. Além disso, Mofatteh está proibido de retornar à Alemanha ou de passar qualquer tempo no país, sob pena de até três anos de prisão em caso de violação.
Temores sobre a Influência Iraniana
O IZH, que Mofatteh liderou de 2018 até seu fechamento forçado em julho, era visto pelas autoridades de inteligência doméstica alemãs como uma entidade controlada pelo Irã. O centro foi acusado de promover uma “ideologia totalitária e extremista islâmica” na Alemanha, conforme declarado pela ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, em um comunicado justificando a decisão de fechar a instituição.
Faeser destacou que a ideologia promovida pelo IZH é contrária à dignidade humana, aos direitos das mulheres, ao judiciário independente e ao sistema democrático alemão, ressaltando que a medida não visa o islamismo como religião.
O ministério afirmou que o IZH atuava como um “representante do Líder Supremo da Revolução Islâmica” e disseminava essa ideologia de forma “agressiva e militante”. Mofatteh foi observado pela filial de Hamburgo da agência de inteligência interna da Alemanha, o Escritório Federal para a Proteção da Constituição (BfV), falando em nome do líder supremo do Irã, Ali Khamenei.
A proibição do IZH incluiu também o confisco da famosa “Mesquita Azul” da organização, localizada em uma área nobre à beira do Lago Alster Exterior da cidade portuária. O edifício, oficialmente conhecido como Mesquita Imam Ali, está agora sob controle do governo alemão.