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quarta-feira, 27 novembro, 2024
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Escravidão moderna no Paquistão: Cristãos em fornos de tijolos enfrentam abusos e ciclo de dívidas incessantes

Por Marina B.

No Paquistão, mais de 20.000 fornos de tijolos empregam cerca de 4,5 milhões de pessoas em condições de escravidão, apesar da proibição legal do trabalho escravo no país. A prática persiste devido à corrupção e ao suborno de políticos pelos proprietários dos fornos. A maioria dos trabalhadores são minorias religiosas que representam apenas 5% da população paquistanesa, com uma significativa parcela composta por cristãos. Estimativas da Christian Aid indicam que 1,9% da população do Paquistão é cristã, e dentro dos fornos, esses grupos minoritários constituem cerca de 50% da força de trabalho, com até 80 dos 100 trabalhadores sendo cristãos em alguns casos.

A China Aid ressalta que esses fornos são cruciais para a infraestrutura do país, já que a maioria dos edifícios no Paquistão é construída com tijolos. Isso resulta na escravização de gerações de famílias, que trabalham sem perspectiva de um futuro melhor. Muitos trabalhadores ficam presos a esse sistema ao aceitarem empréstimos dos donos dos fornos, que impõem dívidas com penalidades quase impossíveis de quitar, perpetuando um ciclo interminável de escravidão.

Lord David Alton, copresidente do Grupo Parlamentar Multipartidário do Reino Unido para Minorias Paquistanesas, destaca que essa forma de escravidão moderna enriquece os proprietários das olarias às custas dos trabalhadores mais pobres e desamparados. Os trabalhadores, que produzem cerca de 1.000 tijolos por dia, enfrentam abusos constantes, especialmente mulheres e crianças. As mulheres frequentemente sofrem estupros pelos donos dos fornos, são vendidas para casamentos forçados ou forçadas à prostituição. Muitas crianças nascem nesse ambiente e não conhecem outra vida, com relatos indicando que mais da metade dos trabalhadores em alguns fornos são menores de 10 anos.

Missionários da Christian Aid estão trabalhando nas olarias para melhorar a vida das famílias escravizadas. Eles oferecem refeições, educação em uma escola local, onde 225 crianças das olarias, algumas órfãs, frequentam gratuitamente. Além disso, distribuem Bíblias e material escolar e ministram aulas bíblicas.

Um líder do ministério relatou uma transformação inspiradora na comunidade das olarias, impulsionada pelo impacto do Evangelho e pela promoção da educação. A conscientização sobre a importância da educação está crescendo, graças aos esforços contínuos dos missionários.

As famílias estão começando a romper com as limitações históricas, capacitando seus filhos a sonhar com um futuro melhor. Embora a situação da escravidão ainda não esteja resolvida, a esperança trazida por Cristo através dos missionários está fazendo uma diferença significativa.

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