Um desenho animado cristão intitulado “Danizinha Protetora”, que recentemente entrou na programação da Rede Minas, emissora pública vinculada ao governo de Minas Gerais, está enfrentando controvérsias e pedidos de remoção. Criado por Daniela Linhares, pastora e vice-presidente da Igreja Batista Getsêmani, o desenho está sendo investigado pelo Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos. O Conselho acionou o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) alegando que a animação apresenta possíveis preconceitos de gênero.
O Conselho questiona uma propaganda da atração infantil que usa a frase “Menino e Menina: Deus fez os dois para sua glória!” e apresenta “fundo azul para meninos e rosa para meninas”, considerando isso uma postura irregular da televisão. Eles também destacam que o texto pode representar um risco à liberdade de crença.
No site da Fundação TV Minas Cultural e Educativa (FTVM), o desenho é descrito como uma animação onde “a garotinha ensina a importância da confiança em Deus” e atua como “defensora dos valores cristãos”, ajudando a reconhecer situações que podem comprometer o bem-estar.
Robson Sávio Reis Souza, presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos de Minas Gerais (CONEDH/MG), expressou preocupações sobre o conteúdo do desenho, considerando-o potencialmente fundamentalista e antipluralista. Ele pediu ao MPMG que examine a preservação da laicidade do Estado e o interesse público.
Em entrevista, Daniela Linhares esclareceu que cedeu os direitos autorais de “Danizinha Protetora” à Rede Minas sem envolvimento financeiro e garantiu que o desenho não tem relação com religião e não é financiado pela Igreja Batista Getsêmani.
Além disso, um abaixo-assinado liderado pela Rede Brasileira de Educação em Direitos Humanos em Minas Gerais e por professores eméritos e titulares da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) está exigindo a retirada imediata do programa “Danizinha Protetora” da grade de programação da Rede Minas.