Arqueólogos fizeram uma descoberta significativa no Parque Nacional da Cidade de Davi, em Israel: um raro selo de pedra datado do período do Primeiro Templo. Este achado, um dos mais antigos desde o início das escavações no país, reforça o papel histórico de Jerusalém há 2.700 anos.
O selo, feito de pedra negra, foi descrito pelos diretores das escavações, Dr. Yuval Baruch e Navot Rom, como uma das peças mais belas já encontradas na antiga Jerusalém. Elaborado com um nível artístico elevado, o artefato revela aspectos importantes da sociedade da época. Baruch ressaltou que a peça demonstra que as habilidades de leitura e escrita eram mais avançadas do que se imaginava, sugerindo que a alfabetização não estava restrita apenas à elite, mas era acessível a uma parcela maior da população, especialmente para fins comerciais.
O selo retrata um gênio alado em estilo neo-assírio, evidenciando a influência cultural do Império Assírio na região durante os séculos VII e VIII a.C. A figura, representada com um braço erguido e uma inscrição em paleo-hebraico, é considerada extremamente rara e significativa. O nome gravado, “LeYehoʼezer ben Hoshʼayahu”, pode estar ligado a figuras bíblicas conhecidas, como Yehoʼezer (ou Yoʼezer) e Azariah ben Hoshʼaya, sugerindo conexões com personagens importantes da época.
Ze’ev Orenstein, diretor de Assuntos Internacionais da Fundação Cidade de Davi, afirmou que essa descoberta confirma o legado bíblico de Jerusalém e o vínculo milenar do povo judeu com a cidade. Dr. Filip Vukosavovic, da Autoridade de Antiguidades de Israel, acrescentou que figuras de demônios alados, como a encontrada no selo, eram vistas como protetores na arte neo-assíria, reforçando a ligação cultural entre Jerusalém e o Império Assírio.
De acordo com a Fox News, os especialistas acreditam que o selo pertencia a um homem de alta posição na administração do Reino de Judá e que provavelmente era usado como amuleto, devido ao furo na peça que permitia que fosse pendurado ao pescoço.
O ministro do Patrimônio de Israel, Rabino Amichai Eliyahu, elogiou a descoberta como uma “janela para os dias do Reino de Judá” e destacou a importância de Jerusalém já há 2.700 anos. O selo será exibido ao público durante a conferência anual de pesquisa na Cidade de Davi, em Jerusalém, nos dias 4 e 5 de setembro.