Pesquisadores da Universidade de Tel Aviv e da Autoridade de Antiguidades de Israel descobriram um impressionante fosso antigo em Jerusalém, datado do século IX a.C., durante a era do Primeiro Templo e do Reino de Judá. A descoberta, considerada de grande importância por Yosef Garfinkel, professor do Instituto de Arqueologia da Universidade Hebraica, confirma o status de Jerusalém como uma cidade proeminente na época.
O fosso, cujas origens e propósitos exatos ainda são incertos, foi provavelmente escavado há cerca de 3.800 anos. Ele separava a parte residencial sul da cidade, a Cidade de Davi, da área superior, onde se localizavam o palácio e o Primeiro Templo. A descoberta foi comparada com achados anteriores, incluindo os de Kathleen Kenyon, que observou indícios da estrutura na década de 1960.
A escavação revelou que o fosso se estende por pelo menos 70 metros de oeste a leste, com profundidade de 9,14 metros e um volume de quase meio milhão de pés cúbicos de pedra removida. O local, que anteriormente servia como estacionamento para visitantes do Muro das Lamentações, agora revela novas dimensões da Jerusalém antiga.
Yuval Gadot, co-diretor da escavação, indicou que a descoberta reaviva discussões sobre termos topográficos na Bíblia Hebraica, como Ofel e Milo, mencionados no primeiro Livro dos Reis. O Primeiro Templo foi erguido pelo Rei Salomão em 1000 a.C. e destruído em 586 a.C. pelos babilônios.
Yiftah Shalev, também co-diretor da escavação, afirmou que o fosso funcionava como uma defesa e símbolo do poder e riqueza dos reis de Judá, rejeitando a ideia de que fosse apenas uma pedreira. Eli Escusido, diretor da Autoridade de Antiguidades de Israel, destacou a habilidade de engenharia dos antigos habitantes de Jerusalém, enfatizando que as escavações na Cidade de Davi continuam a revelar e expandir o conhecimento sobre a Bíblia.