A recente conversão da antiga igreja bizantina em Istambul, conhecida como “Igreja de São Salvador” ou “Kariye”, em uma mesquita pelo ditador turco Recep Tayyip Erdogan tem provocado reações de controvérsia e crítica, especialmente por parte da Grécia e de outros países.
Esta não é a primeira vez que o governo turco converte um importante monumento histórico em uma mesquita. Em 2020, a icônica Haghia Sophia também foi transformada novamente em uma mesquita, após décadas de funcionamento como museu. A Igreja de São Salvador, situada próxima às antigas muralhas da cidade de Istambul, é conhecida por seus mosaicos e pinturas dos séculos IV, XI e XII. Apesar de ter sido um templo cristão por séculos, serviu como mesquita durante o domínio otomano antes de ser convertida em museu em 1945.
A decisão de transformar novamente esses monumentos em mesquitas tem sido interpretada como uma estratégia política para consolidar o apoio conservador e religioso do partido no poder de Erdogan, especialmente em meio a uma crise econômica. Enquanto alguns muçulmanos elogiaram as mudanças, a Grécia e outros países expressaram preocupação com a preservação do patrimônio histórico e acusaram a Turquia de desrespeitar o caráter desses locais, que são Patrimônio Mundial da UNESCO.
A cerimônia de inauguração da Igreja de São Salvador como mesquita foi conduzida remotamente por Erdogan e ocorreu em meio a um contexto de tensões geopolíticas e preocupações com a preservação da herança cultural e religiosa na região.