Desde 2023, a aldeia de Bade Paroda, na Índia, tem sido cenário de intensos confrontos religiosos, com as minorias cristãs frequentemente sofrendo ataques e intimidações. Um advogado representando as famílias afetadas revelou que um dos feridos teve a perna quebrada, destacando a gravidade da violência.
As famílias cristãs foram obrigadas a fugir da aldeia após serem coagidas a assinar uma declaração, na presença das autoridades locais, comprometendo-se a se converter ao hinduísmo dentro de dez dias para poderem retornar. O advogado, que preferiu manter o anonimato, relatou ao Maktoob que essas famílias temem por suas vidas, acreditando que seriam mortas se não cumprissem a exigência de conversão. O Fórum Cristão Unido (UCF) revelou que apenas na semana passada foram registrados pelo menos 23 casos de violência contra cristãos. Nos primeiros três meses de 2024, cerca de 200 crimes de ódio contra cristãos foram reportados. Além dos ataques físicos, os radicais do grupo Hindutva destruíram propriedades, demoliram muros e colheitas, resultando em grandes prejuízos financeiros. As vítimas foram ameaçadas de morte e coagidas a abandonar sua fé cristã.
Em um incidente em 12 de junho, membros afiliados ao Bajrang Dal e ao RSS impediram os aldeões de cultivar suas terras, alegando que estas pertenciam às “divindades” da aldeia. As famílias foram arrancadas de suas casas, espancadas e detidas no Panchayat Bhawan. O ataque incluiu meninas menores de idade e resultou na fratura da perna de Shoba, uma das vítimas. A comunidade cristã de Bade Paroda enfrenta uma crônica falta de proteção policial, tornando-se alvo fácil para esses ataques. Apesar dos repetidos apelos por ajuda, as autoridades encarregadas da aplicação da lei têm permanecido em grande parte ausentes.
Um relatório publicado em dezembro de 2023 por um grupo de defesa documentou um aumento significativo na violência contra cristãos na Índia nos últimos anos. O número de casos subiu de 505 em 2021 para 599 em 2022 e para 687 em 2023. Este último incidente em Bade Paroda só intensificou o medo entre as famílias cristãs, levando muitas a deixar a aldeia em busca de segurança.