A Escola Bíblica Dominical, uma prática com origens na Inglaterra em 1780, enfrenta desafios consideráveis nos dias atuais. Robert Raikes, jornalista cristão, foi o precursor dessa iniciativa, destinada a proporcionar educação religiosa e moral para crianças em meio à pobreza e ao analfabetismo. No entanto, décadas após sua concepção, o cenário do ensino cristão para crianças na Inglaterra passou por mudanças drásticas. Segundo o Relatório de Estatísticas da Missão 2022 da Igreja da Inglaterra, houve uma queda de 28% no comparecimento infantil à igreja nos últimos quatro anos. Além disso, a frequência semanal de adultos nos cultos reduziu em 23%, e o número de jovens ingressando no ministério integral caiu quase pela metade.
Essa situação alarmante levanta questionamentos sobre o futuro da igreja e sua capacidade de atrair membros e disseminar seus ensinamentos. Para Jonathan Pryke, ministro sênior da Igreja Paroquial de Jesmond, em Newcastle, a situação é crítica, agravada pela pandemia que exacerbou um declínio já em curso há décadas. Ele atribui essa queda ao desinteresse na sociedade pós-moderna, marcada pela falta de confiança na autoridade da Bíblia e nos princípios do Evangelho. Pryke também critica a tentativa da Igreja da Inglaterra de se adequar à cultura pós-moderna, resultando na perda de identidade e relevância.
O debate sobre temas como a bênção de casamentos entre pessoas do mesmo sexo e a inclusão LGBT na igreja também contribui para afastar membros antigos e potenciais. Pryke expressa preocupação com a direção liberal que a igreja está seguindo e questiona como as igrejas ortodoxas podem garantir seu futuro em uma estrutura denominacional que está se distanciando delas, tanto teológica quanto eticamente.