Em meio a especulações sobre a possível busca de proteção contra credores, a Gol enfrenta a perda de crédito junto aos distribuidores de combustível em alguns dos principais aeroportos do Brasil. De acordo com fontes consultadas pela coluna Capital, a empresa agora está obrigada a realizar pagamentos à vista para abastecer suas aeronaves. Embora a Gol afirme oficialmente que “não enfrenta problemas no abastecimento de combustível” e que “não houve alteração nas condições de pagamento”, a situação evidencia desafios financeiros.
O governo planeja uma reunião com as empresas aéreas nesta quinta-feira para debater incentivos ao setor de aviação, sendo a situação da Gol a mais preocupante. A companhia aérea lida com sérios problemas de fluxo de caixa, buscando uma reestruturação da dívida com arrendadores de aeronaves e credores financeiros nos últimos seis meses. Desse montante, 3 bilhões de reais têm vencimento a curto prazo.
O custo do combustível representa cerca de 40% das despesas de uma companhia aérea no Brasil. As distribuidoras de combustível normalmente oferecem crédito às companhias aéreas para pagamento do querosene de aviação em prazos como 30, 60, 90 ou até 120 dias, e as taxas associadas contribuem para as margens de distribuição.
O mercado está atento à situação, e em dezembro passado, a Fitch Ratings rebaixou a nota de crédito da Gol de “CCC+” para “CCC-“, expressando preocupações com a reestruturação da dívida, riscos de refinanciamento e pressão no fluxo de caixa operacional. As ações da empresa têm registrado significativa queda.
