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terça-feira, 5 novembro, 2024
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Especialistas alarmados: Jovens brasileiros trocam livros por telas em massa

Por Alexandre G.

Tendo em vista uma pesquisa recente, constatou-se que cerca de 66% dos adolescentes brasileiros com idades entre 15 e 16 anos, afirmam que o livro mais extenso que já leram não ultrapassou as 10 páginas. Especialistas destacam que esse comportamento pode ser atribuído, em grande parte, à influência dos pais, enfatizando a importância de cultivar o hábito da leitura sem que isso seja imposto em troca de benefícios.

O Brasil, dentre os 81 países avaliados no ranking do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), ocupa uma posição preocupante, apenas a 52ª colocação no quesito leitura. Os estudantes brasileiros alcançaram uma média de 410 pontos, consideravelmente inferior à média dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que variou entre 472 e 480 pontos.

Os dados alarmantes refletem a histórica relação conturbada do brasileiro com a leitura. Segundo a última pesquisa “Retratos da Leitura”, conduzida pelo Instituto Pró-Livro, Itaú Cultural e Ibope Inteligência e divulgada em 2020, houve uma queda de 4,6 milhões de leitores no país em um período de quatro anos. Apenas 31% dos entrevistados declararam ter lido um livro inteiro nos últimos três meses.

O neurocientista francês Michel Desmurget, autor do livro “Faça-os ler – Para não criar cretinos digitais”, destaca que a leitura é uma herança que os pais transmitem aos filhos. Ele ressalta a importância de promover a leitura, mostrar que ela é um prazer e limitar o tempo de exposição às telas como estratégias essenciais para cultivar esse hábito.

Os desafios são evidentes em um país onde obras literárias não são parte integrante da rotina diária. De acordo com a pesquisa “Panorama do Consumo de Livros”, divulgada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), 84% dos brasileiros adultos não adquiriram nenhum livro nos últimos 12 meses, enquanto mais de 50% consideram as redes sociais sua principal atividade de lazer.

Os especialistas concordam que o exemplo é fundamental para cultivar o hábito da leitura. O psicólogo Cristiano Nabuco destaca que a leitura estimula o desenvolvimento cognitivo, enquanto o psicólogo Leo Fraiman ressalta que é importante conversar com os filhos sobre livros que os marcaram. Para eles, criar uma cultura de leitura desde cedo é essencial para o desenvolvimento intelectual e emocional das crianças, proporcionando benefícios não apenas acadêmicos, mas também para toda a vida.

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