Na próxima segunda-feira, 25 de março, a Aena, empresa espanhola responsável pela gestão do Aeroporto de Congonhas, irá revelar um plano de investimento massivo no valor de R$ 2 bilhões. Este investimento visa expandir significativamente a capacidade do aeroporto. Prevê-se que esta iniciativa aumentará em um terço o fluxo de passageiros em Congonhas, saltando dos atuais 22 milhões por ano para 29,5 milhões até 2028. Além disso, o aeroporto estará mais preparado para receber aeronaves de grande porte que operam em rotas internacionais.
Como parte dos compromissos estabelecidos no contrato de concessão, iniciado em outubro do ano anterior e com duração prevista de 30 anos, a Aena realizará esses investimentos. O Ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que o governo solicitou à empresa, que administra outros 16 aeroportos no país, que desse prioridade ao desenvolvimento do terminal paulistano.
Costa Filho afirmou ao Estadão: “Estamos incentivando a Aena a priorizar Congonhas. Estamos colaborando com as concessionárias para impulsionar seus planos de investimento, especialmente em São Paulo, devido ao crescimento esperado em 2023 e nas perspectivas futuras.”
No entanto, a expansão das rotas e voos ainda está em fase de avaliação, de acordo com o ministro. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está conduzindo um estudo sobre a oferta e demanda nos aeroportos de São Paulo e do Rio de Janeiro para determinar os próximos passos.
Costa Filho ressaltou: “Nossa prioridade inicial não é expandir as rotas internacionais. Estamos focados em aprimorar o transporte doméstico e estamos trabalhando com a Anac para desenvolver um estudo abrangente sobre a malha aérea internacional de São Paulo, que inclui Congonhas, Viracopos, Guarulhos e o Rio.”
A competição entre os aeroportos pela atração de passageiros já causou mudanças nos voos com destino ao Santos Dumont, com a transferência de voos domésticos para o Galeão. Espera-se que essa alteração aumente o fluxo de passageiros no aeroporto internacional do Rio de Janeiro, administrado pela Changi, de Cingapura, de 7,7 milhões para 14 milhões por ano.
Em relação às obras em Congonhas, o governo está empenhado em mitigar os impactos nos voos. Costa Filho explicou: “Acordamos com a concessionária para realizar obras noturnas, minimizando assim os transtornos para as operações aéreas.”
O projeto de expansão inclui a construção de um novo terminal de embarque, enquanto o atual será exclusivamente dedicado ao desembarque, preservando sua estrutura histórica. Prevê-se um aumento significativo na capacidade de passageiros, com mais pontes de embarque, pontos para embarque remoto, esteiras de bagagem e balcões de check-in.
No curto prazo, a Aena também se comprometeu a resolver problemas de tráfego ao redor do aeroporto, melhorando instalações e planejando conexões futuras com o transporte público.