Os ministros das Relações Exteriores dos 32 países membros da Otan se encontram nesta quinta-feira em Bruxelas para celebrar os 75 anos da aliança militar.
O Tratado do Atlântico Norte original, assinado em Washington em 4 de abril de 1949 e que deu origem à Otan, foi transportado para a capital belga como parte das celebrações. Esta é a primeira vez que o documento deixa a capital dos Estados Unidos. O tratado original será exibido na sede da organização atlântica nesta quinta e sexta-feira, antes de retornar aos arquivos da Otan nos Estados Unidos.
Às vésperas do evento comemorativo, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, destacou que a aliança militar foi fundada com a promessa de que um ataque contra um dos aliados seria considerado um ataque contra todos.
Além dos discursos, os ministros discutirão o apoio contínuo à Ucrânia e a sucessão de Stoltenberg. O primeiro-ministro holandês Mark Rutte é o candidato favorito para sucedê-lo, apoiado por Washington, Londres, Paris e Berlim. As comemorações dos 75 anos da Otan também serão o destaque da Cúpula de Washington, programada para julho próximo.
Revitalizada e enfrentando novos desafios, a Otan passou por sua maior transformação recente quando a Rússia invadiu a Ucrânia há dois anos. A aliança militar, anteriormente descrita como estando em um estado de “morte cerebral” pelo presidente francês Emmanuel Macron em 2019, fortaleceu-se e atualmente mantém o maior contingente de tropas em seu flanco oriental, especialmente nos países bálticos, Polônia e Romênia.
A Otan está mais robusta do que nunca, mas enfrenta desafios, incluindo a ameaça da Rússia e a incerteza em relação ao presidente Donald Trump, candidato republicano às eleições americanas de novembro. Trump expressou críticas à estrutura da Otan e ameaçou retirar os Estados Unidos da organização, questionando o compromisso de Washington em financiá-la.
O eventual retorno de Trump à Casa Branca representa uma grande incógnita para a aliança atlântica. No entanto, ao longo de sete décadas, a Otan sobreviveu a crises geopolíticas e se estabeleceu como a organização militar mais poderosa do mundo.
Há exatamente 75 anos, doze países – principalmente da Europa – assinaram o Tratado do Atlântico Norte em Washington, fundando a Otan. Criada em meio à reconstrução pós-Segunda Guerra Mundial, a aliança militar tinha como objetivo conter a expansão soviética e garantir a segurança dos países membros por meios políticos e militares, se necessário.
Ao longo dos anos, a Otan expandiu seu alcance, admitindo novos membros do antigo bloco comunista e se adaptando a desafios em um mundo pós-Guerra Fria. O retorno da Suécia e Finlândia, tradicionalmente neutros, à aliança militar marca o fim de uma era de neutralidade nórdica e destaca a preocupação com a crescente ameaça russa na região.